Haddad diz que governo estuda gratuidade do transporte público e amplia temor fiscal

Anúncio reforçou preocupações com o equilíbrio das contas públicas e o cumprimento da meta fiscal; após a declaração, o real brasileiro caiu 0,6% nas negociações da manhã

Ministro da Fazenda disse também que o governo busca ver se há outras maneiras de financiar o transporte público e seus maiores custos.
Por Andre Loureiro Dias
07 de Outubro, 2025 | 12:06 PM

Bloomberg — O governo brasileiro estuda a viabilidade de oferecer transporte público gratuito em todo o país, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira, o que alimentou preocupações fiscais e fizeram o real despencar.

Em uma entrevista à TV Brasil, Haddad disse que o Ministério da Fazenda têm explorado diferentes maneiras de financiar o programa, que foi solicitado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva um ano antes da próxima eleição para chefe de estado.

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O real brasileiro enfraqueceu 0,6% nas negociações da manhã, com desempenho inferior ao de outras moedas de mercados emergentes, enquanto as taxas de swap subiram.

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Os mercados financeiros brasileiros se tornaram mais sensíveis às notícias orçamentárias antes da provável campanha de Lula para um quarto mandato em 2026.

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Em agosto, seu governo disse que no próximo ano terá como meta um superávit fiscal primário, que exclui os pagamentos de juros. Ainda assim, os investidores dizem que a pressão sobre os gastos tornará essa meta inatingível.

Na terça-feira, Haddad não disse quando o governo poderia implementar o programa.

Ainda assim, a administração prepara estudos para entender suas opções enquanto avança com a ideia, já que ela tem um forte apelo social, disse ele.

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Haddad acrescentou que o governo busca ver se há outras maneiras de financiar o transporte público e seus maiores custos.

Espera-se que o Brasil termine este ano com um déficit fiscal de R$ 30,2 bilhões (US$ 5,7 bilhões), equivalente a 0,24% do produto interno bruto.

No mês passado, o Ministério do Planejamento disse que aumentaria o congelamento do orçamento para R$ 12,1 bilhões para cumprir a meta fiscal de 2025.

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