Bloomberg — O governo brasileiro estuda a viabilidade de oferecer transporte público gratuito em todo o país, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta terça-feira, o que alimentou preocupações fiscais e fizeram o real despencar.
Em uma entrevista à TV Brasil, Haddad disse que o Ministério da Fazenda têm explorado diferentes maneiras de financiar o programa, que foi solicitado pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva um ano antes da próxima eleição para chefe de estado.
O real brasileiro enfraqueceu 0,6% nas negociações da manhã, com desempenho inferior ao de outras moedas de mercados emergentes, enquanto as taxas de swap subiram.
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Os mercados financeiros brasileiros se tornaram mais sensíveis às notícias orçamentárias antes da provável campanha de Lula para um quarto mandato em 2026.
Em agosto, seu governo disse que no próximo ano terá como meta um superávit fiscal primário, que exclui os pagamentos de juros. Ainda assim, os investidores dizem que a pressão sobre os gastos tornará essa meta inatingível.
Na terça-feira, Haddad não disse quando o governo poderia implementar o programa.
Ainda assim, a administração prepara estudos para entender suas opções enquanto avança com a ideia, já que ela tem um forte apelo social, disse ele.
Haddad acrescentou que o governo busca ver se há outras maneiras de financiar o transporte público e seus maiores custos.
Espera-se que o Brasil termine este ano com um déficit fiscal de R$ 30,2 bilhões (US$ 5,7 bilhões), equivalente a 0,24% do produto interno bruto.
No mês passado, o Ministério do Planejamento disse que aumentaria o congelamento do orçamento para R$ 12,1 bilhões para cumprir a meta fiscal de 2025.
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