Copom mantém juro em 15% ao ano e diz que cenário exige cautela

Comitê apontou o entendimento de que a ‘manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta’ - inflação chegaria a 3,2% no segundo trimestre de 2027

Banco Central do Brasil
10 de Dezembro, 2025 | 06:52 PM

Bloomberg Línea — O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a taxa de juros em 15,00% ao ano, conforme esperado pelo consenso de mercado na última reunião de 2025.

No comunicado que acompanhou a decisão neste fim de tarde de quarta-feira, o Copom apontou que, em sua avaliação, “o cenário atual, marcado por elevada incerteza, exige cautela na condução da política monetária”.

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“O Comitê avalia que a estratégia em curso, de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado, é adequada para assegurar a convergência da inflação à meta”, disse o Copom.

A decisão foi tomada de maneira unânime pelos nove membros do Copom, liderado pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Junto com o comunicado, o Copom divulgou as projeções para a inflação (IPCA) no cenário de referência: de 4,4% em 2025, 3,5% em 2026 e 3,2% no segundo trimestre de 2027, quando chegaria, portanto, próximo da meta.

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A taxa básica de 15,00% ao ano está no maior patamar em quase duas décadas.

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A decisão foi tomada no momento em que as expectativas de mercado para a inflação futura começam a ceder: segundo o mais recente boletim Focus, a mediana das projeções para o IPCA em 2026 aponta para 4,16%, o que estaria dentro da margem de tolerância de 1,50 ponto percentual da meta de inflação de 3,0%.

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São, portanto, projeções de mercado que estão acima das expectativas do Copom.

A mediana das projeções aponta também uma Selic em 12,25% ao ano ao fim de 2026, o que denota a expectativa de cortes que somariam 2,75 pontos percentuais em relação ao patamar corrente.

-- Em atualização.

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