Brasília em Off: O novo problema para as contas públicas deste ano

Valor que deixou de ser contabilizado nas estatísticas de 2022 precisa ser incluído no resultado fiscal de 2023, segundo a Bloomberg News

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, em evento em Brasília, em novembro de 2023
Por Martha Beck
23 de Dezembro, 2023 | 02:14 PM

Bloomberg — Na reta final de 2023, a equipe econômica trabalha para resolver um problema contábil que pode aumentar o déficit das contas públicas deste ano.

Um montante de cerca de R$ 8 bilhões deixou de ser computado nas estatísticas de 2022 e agora os técnicos estudam como incluí-lo sem prejudicar o pagamento de despesas que precisa ser feito até o final de 2023.

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O valor se refere a dívidas de estados com a União que deixaram de ser pagas como forma de compensar perdas com incentivos de ICMS concedidos pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro para baixar os preços de combustíveis.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (22) em encontro com jornalistas que o déficit deste ano será de R$ 130 bilhões, ou 1,3% do PIB. A conta, segundo ele, já considera a compensação a estados pelo ICMS.

Gleisi

A reforma ministerial que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prepara para o início de 2024 pode dar à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, um lugar na Esplanada. A questão, segundo aliados, é para qual pasta ela iria.

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Uma possibilidade seria o Ministério do Desenvolvimento Social, no lugar de Wellington Dias, que voltaria ao Senado para reforçar a base governista. A ideia é defendida por aliados do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, uma vez que a outra possibilidade seria Gleisi ganhar um cargo no Palácio do Planalto, um movimento preocupante para a equipe econômica.

Gleisi costuma se posicionar mais à esquerda que Haddad em questões econômicas. Os técnicos temem que, ficando tão próxima de Lula, a atual presidente do PT prejudicaria a leitura que o mercado financeiro faz da política econômica.

Reforma

O presidente Lula está cada vez mais sem pressa de tomar decisões sobre cargos na Esplanada, segundo aliados. A reforma ministerial poderia sair já em fevereiro, mas Lula pode estender esse prazo até abril, que é o período limite para a desincompatibilização para as eleições do próximo ano.

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O tamanho da reforma vai depender dos partidos do centrão. O União Brasil, por exemplo, vai ter que decidir se o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, permanece no cargo.

Em contrapartida, o espaço do centrão também vai depender da fidelidade desse grupo nas votações que o governo precisa fazer na agenda econômica.

Na conta do Papa

O presidente da Câmara, Arthur Lira, sinalizou a interlocutores que não tem disposição em levar adiante a pauta conservadora que começou a caminhar em comissões da Câmara e que incluem, entre outros temas, a proibição do casamento homoafetivo.

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Em conversas recentes, Lira ressaltou que, se até o papa Francisco tem feito sinalizações positivas a casais do mesmo sexo, não será ele que vai caminhar na direção contrária.

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