Bloomberg — Os exportadores brasileiros de carne bovina podem enfrentar um impacto de US$ 1 bilhão nas vendas no segundo semestre de 2025 se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levar adiante na sexta-feira um plano para impor tarifas de 50% sobre as exportações do país, de acordo com o grupo da indústria Abiec, que representa empresas como a JBS.
As taxas propostas restringiriam severamente o maior fornecedor de carne bovina do mundo de embarcar para os EUA, sem mercados alternativos prontos para absorver os volumes deslocados, disse Roberto Perosa, presidente da Abiec, em entrevista à Exame.
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Inicialmente, esperava-se que o Brasil mais do que dobrasse as exportações para os EUA para cerca de 400.000 toneladas este ano, disse ele.

Os Estados Unidos compraram volumes recordes de carne magra do Brasil para a mistura de carne moída, uma vez que a grave escassez de gado restringiu os suprimentos domésticos, fazendo com que os preços nos supermercados disparassem.
A proibição das importações de gado do México, devido a preocupações com um parasita, restringiu ainda mais a disponibilidade no maior consumidor do mundo.
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O Brasil exportou cerca de 180.000 toneladas métricas de carne bovina para os EUA no primeiro semestre de 2025, mais do que o dobro do volume registrado no ano anterior, de acordo com dados do governo.
Os novos impostos viriam se somar às tarifas existentes às quais a maioria dos embarques de carne bovina brasileira já está sujeita, elevando o total para mais de 76%, de acordo com Perosa.
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