China impõe tarifa de até 62% sobre carne suína da UE e pressiona grupos exportadores

Tarifas preliminares variam entre 15,6% e 62,4% e afetam grupos como Danish Crown e Vion, em meio a investigações antidumping e maior produção doméstica do gigante asiático

Cerdos
Por Hallie Gu
05 de Setembro, 2025 | 07:47 AM

Bloomberg — A China impôs tarifas preliminares sobre as importações de carne suína da União Europeia, uma medida que deverá interromper os embarques de um dos maiores fornecedores do mundo e aumentar ainda mais as tensões comerciais entre Bruxelas e Pequim.

O país asiático imporá taxas preliminares que variam de 15,6% a 62,4% sobre as cargas de carne, informou o Ministério do Comércio da China em um comunicado divulgado em seu site.

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O governo acusou as empresas europeias de praticarem dumping de certas carnes suínas e subprodutos de suínos e disse que sua indústria doméstica “sofreu prejuízo material”.

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Os principais exportadores de carne suína, Danish Crown, e algumas unidades do Vion Food Group enfrentam taxas de 31,3% e 32,7%, respectivamente, de acordo com a decisão. O valor do imposto será pago como um depósito até que as taxas sejam finalizadas.

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Os porta-vozes da Danish Crown e da Vion não comentaram imediatamente.

As medidas ocorrem em um momento em que a China luta contra um excesso de oferta doméstica de carne suína e um consumo lento em meio a uma desaceleração econômica.

Ainda assim, as tarifas arriscam outro golpe para os criadores de suínos na Europa, que tem enfrentado a desaceleração da demanda e as consequências de surtos de doenças.

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  (Fonte: USDA)

Pequim havia iniciado uma investigação antidumping sobre as remessas do bloco no ano passado, que foi prorrogada em junho, como parte das contramedidas às investigações da UE sobre os subsídios chineses em uma série de subsídios.

Em outubro passado, a UE votou pela imposição de tarifas de até 45% sobre os veículos elétricos da China.

A decisão também ocorre no momento em que a China continua envolvida em disputas comerciais com outros grandes parceiros comerciais agrícolas, dos EUA ao Canadá.

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Pequim disse na sexta-feira que estenderá uma investigação antidumping em andamento sobre os embarques de colza do Canadá, onde a cultura também é conhecida como canola, até março de 2026 “dada a complexidade do caso”. A China já havia decidido impor tarifas preliminares de 75,8% sobre a canola canadense em agosto.

--Com a ajuda de Celia Bergin e Pyotr Kozlov.

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