Bloomberg — O Brasil se autodeclarou livre da gripe aviária depois que nenhum novo caso surgiu em granjas comerciais desde o primeiro surto em maio, abrindo caminho para o retorno aos mercados internacionais do maior fornecedor de frango do mundo.
O país, que responde por mais de um terço do mercado global de exportação, completou um período de 28 dias sem casos adicionais em rebanhos comerciais, informou o Ministério da Agricultura do Brasil na quarta-feira em um comunicado.
O ministério espera que os principais importadores retomem gradualmente as compras após as suspensões generalizadas.
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Um reconhecimento da Organização Mundial de Saúde Animal é esperado dentro de poucos dias após a revisão de todos os documentos enviados pelo governo brasileiro, disse o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, em uma entrevista à Bloomberg News.
A detecção da gripe aviária em uma única granja comercial de aves no Brasil criou efeitos em cascata em todo o mundo, cortando o fornecimento para consumidores vorazes da China à Europa.
Até quarta-feira, mais de 20 países haviam suspendido as importações de todo o Brasil, enquanto alguns dos principais clientes, incluindo a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, implementaram apenas proibições parciais.
A gripe aviária altamente patogênica causou a morte de dezenas de milhões de aves em todo o mundo nos últimos anos.
As granjas comerciais no Brasil estavam isoladas dos impactos até que o vírus foi descoberto em um lote comercial no estado do Rio Grande do Sul.
O Brasil tem se beneficiado do crescimento global da demanda por frango, à medida que os consumidores buscam alternativas à carne bovina, que é cara.
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Isso aumentou os lucros de empresas nacionais como a BRF e a JBS. Aproximadamente dois terços do crescimento estimado das exportações globais de frango neste ano devem vir do país sul-americano, de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos EUA.
O status de livre da gripe aviária deve ajudar o Brasil nas negociações em andamento com os importadores para revisar os acordos sanitários a fim de reduzir a área de suspensão das importações se um novo caso em lotes comerciais for confirmado.
Isso seria benéfico tanto para os exportadores quanto para os importadores, que evitariam novos aumentos nos preços locais do frango, disse Santin, da ABPA.
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