Aumento da produção do Brasil reduz preços do café no curto prazo, diz CEO da Illy

A torrefadora italiana espera que o custo dos grãos de café continue a cair, disse a CEO Cristina Scocchia à Bloomberg News

“Tem sido um período difícil para o mercado de café”, disse a CEO Cristina Scocchia
Por Mumbi Gitau
17 de Junho, 2025 | 05:01 PM

Bloomberg — A torrefadora italiana Illycaffe espera que o custo dos grãos de café continue caindo, ajudando a proteger os clientes de novos aumentos após uma alta nos preços.

A empresa familiar conhecida pelo café espresso de alta qualidade que vende em latas prateadas e vermelhas, aumentou os preços duas vezes este ano depois que os temores quanto ao fornecimento elevaram o custo do arábica. Atualmente, os grãos estão sendo negociados apenas um pouco acima dos níveis observados no início do ano, em meio a fortes previsões de produção.

PUBLICIDADE

“Tem sido um período difícil para o mercado de café”, disse a CEO Cristina Scocchia em uma entrevista por telefone à Bloomberg News. Com os preços ainda mais do que o dobro do que eram há quatro anos, “há uma enorme pressão sobre as margens”.

Leia também: De olho na Geração Z: café gelado ganha espaço na estratégia da Nestlé

A Illy espera que os preços do café verde - grãos não torrados - se estabilizem em US$ 2 a US$ 2,50 por libra nos próximos 15 meses, abaixo do recorde de mais de US$ 4 em fevereiro. A empresa absorveu a maior parte desse aumento de custos, elevando os preços em apenas 8% a 10% em toda a sua linha de produtos este ano, disse Scocchia.

PUBLICIDADE

As previsões de produção de arábica no Brasil, principal exportador, são fortes, o que exerce alguma pressão de baixa sobre os preços no curto prazo, acrescentou.

Leia também: Futuro do café depende de cultivo sustentável, diz head global de Nescafé Plan

Embora os volumes de vendas da Illy tenham permanecido em grande parte estáveis - porque ela absorveu grande parte do aumento de preços - o mercado mais amplo testemunhou alguma desaceleração da demanda, com as vendas gerais na Itália caindo 1,5% e nos EUA 2% até agora neste ano, de acordo com Scocchia.

PUBLICIDADE

--Com a ajuda de Agnieszka de Sousa.

Veja mais em bloomberg.com