Goldman Sachs compra emissora de ETFs Innovator Capital por US$ 2 bilhões

Com a aquisição, gigante de Wall Street avança no segmento de ETFs que buscam limitar o risco de perda, conhecidos como ‘buffer funds’; Innovator foi uma das pioneiras na área

Goldman Sachs Group Inc. signage on the floor of the New York Stock Exchange. Photographer: Michael Nagle/Bloomberg
Por Emily Graffeo - Todd Gillespie - Katie Greifeld
01 de Dezembro, 2025 | 02:30 PM

Bloomberg — O Goldman Sachs vai pagar US$ 2 bilhões para comprar a Innovator Capital Management, em um acordo que une o banco a uma emissora de um tipo de de ETF relativamente novo — e que tem atraído tanto a atenção quanto a antipatia de parte de Wall Street.

A Innovator, sediada em Wheaton, no estado de Illinois — que supervisiona mais de US$ 28 bilhões em ativos distribuídos por mais de 150 ETFs — é especializada em ETFs de resultado definido.

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Esses produtos buscam limitar o risco de perda para o investidor em troca de um teto para o ganho potencial e têm sido populares entre assessores financeiros que querem proteger as carteiras de seus clientes.

“Você adquire a plataforma já existente e o histórico de resultados”, afirmou Marc Nachmann, responsável global por gestão de ativos e riqueza do Goldman, em entrevista. “Eles já têm US$ 28 bilhões e contam com uma base ampla de seguidores entre os consultores. Esse ponto de partida realmente faz diferença.

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Liderada por Bruce Bond desde que ele cofundou a empresa com John Southard em 2017, a Innovator lançou os primeiros ETFs de resultado definido — às vezes chamados de “buffer funds” (“fundos com colchão”) — em 2018.

A gestora é atualmente a segunda maior provedora desses produtos, atrás da First Trust, também sediada em Wheaton.

Esse tipo de ETF (como são chamados os fundos de ações negociados em bolsa) ganhou força nos últimos anos, à medida que investidores buscaram mais proteção contra a volatilidade dos mercados e avaliaram alternativas de geração de renda além dos títulos.

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Neste ano, investidores aplicaram cerca de US$ 11,4 bilhões em produtos de resultado estruturado — categoria que inclui os colchões — sendo aproximadamente US$ 4,1 bilhões destinados aos fundos da Innovator, segundo dados compilados pela Bloomberg Intelligence.

Desde o lançamento, esses produtos têm recebido elogios de pesos-pesados do setor, como a BlackRock, mas também enfrentam críticas duras de gestores como a AQR, que afirmam que “buffer funds” e outros produtos baseados em opções entregam retornos menores com mais risco do que alternativas mais simples.

A própria incursão da Goldman Sachs Asset Management nesse segmento de ETFs vinha recebendo uma recepção morna até agora — algo que a compra da Innovator pode ajudar a mudar.

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A gestora do banco lançou três ETFs do tipo focados em ações de empresas de capitalização elevada dos EUA entre janeiro e março deste ano, que acumularam juntos US$ 36 milhões em ativos.

A categoria de ETFs de resultado estruturado cresceu de menos de US$ 60 bilhões no fim de 2024 para cerca de US$ 76 bilhões atualmente, segundo a Bloomberg Intelligence.

A aquisição também elevará imediatamente os ativos sob gestão da asset do Goldman Sachs em ETFs de US$ 51 bilhões, de acordo com dados da Bloomberg Intelligence, para US$ 79 bilhões, colocando a gestora entre as dez maiores emissoras ativas.

O Goldman fechou uma série de transações nos últimos três meses usando seu próprio balanço, incluindo a compra da investidora de capital de risco Industry Ventures e um aporte de US$ 1 bilhão na T. Rowe Price Group.

Executivos do alto escalão afirmaram que o banco está aberto a novas aquisições, especialmente as que complementem sua expansão em mercados privados na disputa com concorrentes maiores, como Blackstone e KKR.

A equipe de mais de 60 funcionários da Innovator deve se integrar às áreas de patrimônio de terceiros e ETFs do Goldman, segundo comunicado da empresa. A expectativa é que o negócio seja concluído no segundo trimestre de 2026, sujeito às aprovações regulatórias.

A unidade de gestão de ativos e riqueza do Goldman tinha cerca de US$ 3,5 trilhões sob administração no fim de setembro, segundo o comunicado.

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