Adeus, Havana? Turismo em Cuba despenca com apagões, sanções e escassez de produtos

A ilha recebeu 1,4 milhão de visitantes estrangeiros durante os primeiros nove meses do ano, muito menos do que os 4,7 milhões de turistas que visitaram no auge, em 2018, quando gerou receita de US$ 3,3 bilhões

A ilha recebeu 1,4 milhão de visitantes estrangeiros durante os primeiros nove meses do ano, uma queda de 20% em relação ao mesmo período de 2024
Por Jim Wyss
09 de Novembro, 2025 | 08:29 AM

Bloomberg — As viagens internacionais para Cuba estão em queda, o que tem deixado a ilha comunista sem dinheiro no caminho para seu pior desempenho desde a pandemia.

A ilha recebeu 1,4 milhão de visitantes estrangeiros durante os primeiros nove meses do ano, uma queda de 20% em relação ao mesmo período de 2024, de acordo com os dados mais recentes da agência nacional de estatísticas de Cuba.

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Embora o turismo tenda a aumentar durante o último trimestre, é improvável que a ilha consiga igualar o total de 2,2 milhões do ano passado, que foi o pior resultado em duas décadas, exceto pelo colapso pandêmico de 2020-2022.

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O setor de turismo de Cuba - que já foi um importante motor econômico - foi prejudicado por quedas de energia, escassez de alimentos e produtos básicos, turbulência global e sanções econômicas dos EUA.

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Em seu auge, em 2018, a ilha recebeu 4,7 milhões de visitantes estrangeiros, com a receita do turismo atingindo um pico de US$ 3,3 bilhões no ano anterior, de acordo com a pesquisa de Paolo Spadoni, da Universidade Augusta, na Geórgia.

Além de ser uma importante fonte de moeda forte, o setor é um grande empregador em uma economia cujo setor de serviços representa quase três quartos do produto interno bruto. Autoridades do governo disseram no início deste ano que o PIB contraiu 1,1% em 2024, o segundo declínio anual consecutivo.

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Os canadenses continuam a constituir a maior parte dos viajantes internacionais em Cuba e representam mais de 40% de todos os visitantes, seguidos pelos cubanos que vivem no exterior, russos e cidadãos americanos. Todos esses grupos registraram uma queda de pelo menos um quinto até agora neste ano, sendo que as visitas russas caíram mais de um terço.

Uma das únicas nacionalidades a registrar um aumento nas viagens a Cuba em relação ao ano passado foi a Argentina.

O país sul-americano registrou um boom nas compras e viagens ao exterior recentemente, graças a uma moeda mais forte.

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A falta de visitantes tem exacerbado a pior crise econômica de Cuba desde a queda da União Soviética. Enquanto Washington e outros culpam o regime autoritário, o governo de Havana aponta para o embargo comercial de décadas dos EUA.

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