Petrobras obtém permissão para teste de emergência na Margem Equatorial

Teste para procedimentos em caso de acidentes, previsto para o dia 24 de agosto, é considerado a última etapa antes da obtenção da licença de exploração - e a petroleira diz estar pronta para iniciar a perfuração assim que isso acontecer

O teste deve levar de três a quatro dias, e a Petrobras está pronta para iniciar a perfuração assim que a licença for concedida (Foto: Lucas Landau/Bloomberg)
Por Mariana Durao - Daniel Carvalho
13 de Agosto, 2025 | 10:02 AM

Bloomberg — A Petrobras recebeu autorização para testar seu plano de emergência para acidentes na Margem Equatorial, um importante bloco offshore no norte do Brasil, onde vem enfrentando uma batalha de anos por uma licença de perfuração.

O teste está previsto para 24 de agosto, disse o senador Randolfe Rodrigues em um vídeo visto pela Bloomberg News e depois publicado na mídia social. Rodrigues é o líder do governo no Congresso e foi eleito pelo Amapá, estado que será altamente impactado pela exploração.

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O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, confirmou o teste e a data “dependendo da avaliação dos técnicos do Ibama e da Petrobras”, disse ele em um comunicado na terça-feira (12).

“Isso representa um triunfo para o Amapá e para o Brasil - um marco significativo nascido da dedicação e do trabalho em equipe de muitos que defendem um futuro de energia sustentável para nossa nação”, disse Alcolumbre.

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A chefe de exploração e produção da Petrobras, Sylvia Anjos, disse na terça-feira (12) que a data estava agendada e seria anunciada pelo Ibama.

A chamada avaliação pré-operacional para o bloco FZA-M-59 na bacia da Foz do Amazonas, em uma região conhecida como Margem Equatorial, é considerada a última etapa para a emissão de uma licença de exploração.

O teste deve levar de três a quatro dias, de acordo com Anjos. A Petrobras está pronta para iniciar a perfuração assim que a licença for concedida, acrescentou ela.

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A Petrobras e o Ibama não responderam imediatamente a um pedido de comentário.

A petroleira estatal realizou uma simulação de emergência na região de Oiapoque, a cerca de 160 quilômetros do bloco de exploração, em maio. A empresa disse que cumpriu o cronograma de resgate da vida selvagem estabelecido pelo Ibama.

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“O que estamos entregando à sociedade é o maior plano de emergência individual para exploração de petróleo já visto no mundo, em águas profundas e ultraprofundas”, disse a CEO da Petrobras, Magda Chambriard, em uma entrevista coletiva no dia 13 de maio.

“É muito difícil imaginar que uma licença com esse tipo de estrutura não seja emitida em uma região tão carente.”

A descoberta de bilhões de barris pela Exxon Mobil mais ao norte, na Guiana, aumentou o interesse na Foz do Amazonas e na região mais ampla conhecida como Margem Equatorial, onde a Petrobras reservou US$ 3 bilhões para exploração em seu plano de gastos 2025-2029.

Atualmente, mais de 70% da produção do Brasil vem de uma área de águas profundas do pré-sal, mas a Petrobras e outros exploradores não fizeram nenhuma descoberta significativa na região há mais de uma década.

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