Fim da agência bancária? JPMorgan expande rede física e ‘colhe frutos’ em depósitos

Na contramão de concorrentes, instituição liderada por Jamie Dimon abriu 1.000 agências com sua marca Chase em sete anos; Bank of America e Wells Fargo agora também reveem os planos de fechamento de parte de suas redes

JPMorgan Chase
Por Hannah Levitt - Weihua Li - Tanaz Meghjani
09 de Agosto, 2025 | 05:15 AM

Bloomberg — Todo verão nos Estados Unidos, Jamie Dimon visita agências do JPMorgan Chase pelo país.

A visita da semana passada a um novo estabelecimento em Charlotte, na Carolina do Norte, deu ao CEO do gigante de Wall Street um cenário perfeito para destacar a expansão nacional de varejo do maior banco americano.

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A abertura, a poucos quilômetros dos escritórios corporativos de seus maiores rivais, marcou a inauguração de 1.000 novas agências do JPMorgan Chase nos últimos sete anos.

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Também marcou o aumento da distância no varejo entre o banco nova-iorquino e seus concorrentes mais próximos, o Bank of America e o Wells Fargo.

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Embora os três bancos tenham fechado agências durante a pandemia, o JPMorgan simultaneamente se expandiu para dezenas de novos mercados nos Estados Unidos.

JPMorgan Chase

Nos últimos dois anos, abriu mais localizações do que fechou.

E agora tem quase 5.000 agências, aproximadamente no mesmo patamar de sua presença de varejo de 2018, mas com estabelecimentos em todos os 48 estados continentais, o que exclui Alasca e Havaí.

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O Bank of America e o Wells Fargo, que fecharam mais de 15% de suas agências cada um no mesmo período, agora adotam táticas similares, desacelerando os fechamentos e traçando planos próprios de expansão.

O Bank of America, com 3.664 agências, planeja adicionar 150 novas até o final de 2027, incluindo postos em Wisconsin, Louisiana e Alabama.

O Wells Fargo, com 4.135 agências, mira Nova York, Chicago, Nashville e cidades no Texas para o seu crescimento.

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Agências ainda importam

Os bancos descobriram que as agências ainda importam.

Mesmo que a grande maioria dos clientes agora faça uso de serviços bancários pelo celular ou pelo computador para realizar transações cotidianas, eles ainda querem visitar uma agência para abrir uma conta.

Os estabelecimentos também funcionam como “outdoors”, reforçando a sua presença na comunidade local. E sugerem que, se um cliente precisar de ajuda ou serviços adicionais, um ser humano poderá ajudá-lo.

JPMorgan Chase

A estratégia do JPMorgan tem dado resultado até agora. A instituição financeira ultrapassou o Bank of America e o Wells Fargo em 2021 como o banco com maior participação de mercado de depósitos de varejo no país.

Seu objetivo de longo prazo é chegar a uma participação de 15%, acima dos 11,3% do ano passado, segundo a apresentação no Investor Day da empresa.

Para os bancos, esses depósitos são uma fonte de financiamento de baixo custo para operações, em comparação com emissão de dívida.

Contas de varejo também estabelecem relacionamentos com clientes que podem depois precisar de cartões de crédito, serviços de gestão de patrimônio ou outros produtos bancários.

O JPMorgan eventualmente aspira ter uma agência a uma curta distância de carro de metade da população em cada estado. Isso inclui a Carolina do Norte.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase: liderança em depósitos de clientes de varejo nos EUA (Foto: Hollie Adams/Bloomberg)

Enquanto centenas de funcionários do JPMorgan — alguns empunhando pompons — se reuniam em uma assembleia no Carolina Theatre, no centro de Charlotte, na quinta-feira (7), Dimon classificou a presença dos rivais na cidade como oportunidade de contratação.

A maior cidade da Carolina do Norte abriga as sedes tanto do Bank of America quanto do Truist Financial, um dos maiores bancos regionais.

O Wells Fargo tem sede em São Francisco, mas tem mais funcionários em Charlotte do que em qualquer outro lugar.

Hoje, o JPMorgan ocupa a 10ª posição em participação de depósitos de varejo na região de Charlotte, mas mira algo muito mais alto.

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