Chefe de compras da Renault é apontado o principal candidato a CEO, dizem fontes

Francois Provost está na montadora há mais de duas décadas e é visto como candidato ao cargo mais alto da montadora francesa após a saída de Luca de Meo para a Kering, de luxo

Francois Provost está na montadora há mais de duas décadas e é visto como candidato ao cargo mais alto da montadora francesa após a saída de Luca de Meo
Por Albertina Torsoli
29 de Julho, 2025 | 04:59 PM

Bloomberg — O chefe de compras da Renault, Francois Provost, surgiu como o principal candidato ao cargo mais alto da montadora francesa, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela Bloomberg News.

É provável que a montadora anuncie um novo diretor executivo já nesta semana, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as deliberações são privadas.

PUBLICIDADE

Embora nenhuma decisão final tenha sido tomada, o conselho de administração da Renault deve se reunir na quarta-feira (30) para aprovar os resultados do primeiro semestre e discutir a nomeação do CEO, disseram as pessoas.

Leia também: Renault nomeia CEO interino e prevê margem menor; investidor reage e ação cai até 18%

A decisão do conselho se resume a Provost, 57 anos, e a outro candidato interno, o chefe da Dacia, Denis Le Vot, disseram as pessoas.

PUBLICIDADE

Provost - um protegido do ex-CEO Luca de Meo que está na montadora há mais de duas décadas - surgiu como o favorito da alta administração da Renault e é visto como o mais provável de ser capaz de executar as próximas etapas de uma reviravolta, disseram as pessoas.

A situação é fluida e ainda pode mudar, disseram eles.

Um porta-voz da Renault não quis comentar. As ações da empresa ampliaram seus ganhos em Paris, chegando a subir 1,9% após a notícia. As ações ainda estão em queda de cerca de 27% este ano.

PUBLICIDADE

A Renault enfrenta desafios, incluindo a demanda fraca na Europa, as crescentes tensões comerciais e a expansão dos fabricantes chineses, liderados pela BYD.

No início deste mês, a empresa cortou suas perspectivas de lucratividade para o ano em meio à intensificação da concorrência e ao enfraquecimento do mercado de vans. A empresa deve divulgar os lucros do primeiro semestre na quinta-feira.

Leia também: Luca de Meo, CEO da Renault, pede demissão para assumir liderança de dona da Gucci

PUBLICIDADE

De Meo, 58 anos, surpreendeu os investidores em junho, quando anunciou sua renúncia para se tornar CEO da Kering, proprietária da Gucci.

O conselho da Renault, liderado pelo presidente Jean-Dominique Senard, nomeou o chefe financeiro Duncan Minto como CEO interino no início deste mês.

Um novo chefe herdará os negócios em dificuldades, incluindo a unidade de veículos elétricos e software Ampere, da qual De Meo não conseguiu abrir o capital.

E a pessoa teria que decidir como moldar a aliança da Renault com a parceira japonesa Nissan e o posicionamento da empresa em relação à China, depois que De Meo montou uma equipe de engenharia no país e falou sobre as perspectivas de uma parceria com a Zhejiang Geely Holding.

Provost ingressou na Renault em 2002, após um período no governo francês. Ele subiu na hierarquia sob o comando de vários CEOs e trabalhou para a montadora em Portugal, na Rússia e na China.

Ajudou De Meo a firmar parcerias, inclusive com a Geely, e auxiliou na negociação da custosa saída da Renault da Rússia depois que o país invadiu a Ucrânia.

Veja mais em bloomberg.com