Bloomberg — A menos de quatro meses para a realização da COP30 na cidade amazônica de Belém, o governo busca tranquilizar os participantes da cúpula do clima de que haverá lugares suficientes para dormir.
“Vamos ter imóveis suficientes, vamos ter quartos suficientes para todos — não há dúvida disso”, disse Valter Correia, secretário extraordinário da COP30. “Só precisamos achar os valores adequados para cada público.”
As declarações vêm em meio a preocupações de que Belém, cidade escolhida pelo Brasil para sediar a conferência, não estaria pronta para acomodar as cerca de 45 mil pessoas esperadas para novembro.
O governo afirma já ter identificado cerca de 30 mil quartos em Belém, mas há quem defenda a mudança do evento para o Rio de Janeiro, uma cidade muito maior.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já deixou claro que está comprometido em realizar a COP30 em Belém, em parte para aproximar as delegações dos habitats naturais mais vulneráveis às mudanças climáticas.
O governo criou uma plataforma online para ajudar os participantes da COP30 a buscar hospedagem em Belém, segundo Correia. A plataforma, que ainda não está aberta ao público, já oferece 2.500 quartos com diárias variando entre US$ 100 e US$ 600.
Neste primeiro momento, a hospedagem pela plataforma está sendo direcionada a 98 países menores em desenvolvimento e países insulares.
Até o fim da próxima semana, o governo espera que as acomodações também sejam disponibilizadas ao público em geral. Uma segunda plataforma irá oferecer até 6.000 leitos em 3.900 cabines de navios de cruzeiro, de acordo com o governo.
“Estamos resolvendo os problemas por etapas, mas não estamos deixando de buscar soluções para todos os setores”, disse Correia. “Temos um conjunto de soluções diferentes que tenta contemplar todos os tipos de público.”
Escolas e universidades também serão adaptadas para oferecer hospedagem a delegações que demandam acomodações coletivas, como é o caso dos povos originários, afirmou Correia.
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Ele também reconheceu que a alta demanda repentina por hospedagem tem influenciado os preços. “Estamos fazendo um esforço muito grande de negociação e temos conseguido algum êxito”, disse. “Agora, dizer ‘pode esperar que teremos preços compatíveis’, isso nós não podemos garantir.”
Correia disse ainda ter se deparado com visões preconceituosas sobre o que esperar de Belém. “Tem gente que acha que vai encontrar leão em plena praça de Belém”, afirmou.
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