Quem são os CEOs com o melhor desempenho na América Latina

A seleção dos CEOs que mais entregaram resultados na região levou em conta um amplo universo de empresas e indicadores como a taxa de retorno de dividendos

Lista da Bloomberg Línea avaliou 87 empresas que se adequaram aos critérios selecionados
20 de Julho, 2023 | 12:18 PM

Bloomberg Línea — A Bloomberg Línea apresenta a lista dos CEOs que entregaram os maiores retornos para seus acionistas entre as maiores empresas de capital aberto da América Latina, em um contexto desafiador para os líderes da região após a pandemia e o impacto que ela deixou nos mercados globais.

Após a pandemia, os CEOs da região tiveram que enfrentar novos desafios econômicos, como a crise na cadeia logística, a inflação elevada e persistente e o aumento do custo de capital, o que os forçou a repensar suas estratégias e buscar eficiência em meio às dificuldades financeiras.

Esta lista não pretende ser um atestado definitivo sobre os melhores CEOs da América Latina, mas um indicador confiável de executivos que entregaram resultados. A Bloomberg Línea definiu os seus critérios, bem como outros podem ser estabelecidos por fontes diversas, como consultorias.

Conheça a lista dos melhores CEOs

De acordo com a pesquisa EY CEO Outlook Pulse Survey 2023, as principais preocupações dos CEOs globais neste ano incluem os riscos do retorno de interrupções relacionadas à pandemia (como confinamento, atrasos ou problemas na cadeia de suprimentos etc.) e os relacionados com a política monetária incerta - leia-se aumento ou queda nas taxas de juros (ambos com 32%).

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Em seguida, está o aumento dos preços dos insumos e a inflação (31%).

Diante desse cenário, a Bloomberg Línea analisou os resultados entregues por CEOs da América Latina em um universo de 87 empresas listadas em bolsa de valores, com pelo menos um presidente executivo ativo e que esteja no cargo há ao menos um ano. Ao todo são 88 CEOs, pois uma das companhias têm dois executivos à frente da operação.

Foram levados em conta indicadores como a Taxa Anual de Retorno (TRA), que se refere ao retorno total de um investimento em um período específico, considerando critérios como preço da ação e taxa de reinvestimento.

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De acordo com esses critérios, foram consideradas companhias do Brasil (38 empresas), do México (21), do Chile (11), da Argentina (5), da Colômbia (5), do Peru (4), do Panamá (2) e do Uruguai (1). Empresas de capital fechado não foram levadas em conta.

São empresas que estão incluídas no MSCI Emerging Markets Latin America Index e no S&P Latin America 35 ADR Index. Além disso, as empresas com capital latino-americano listadas nas bolsas de valores dos Estados Unidos também foram consideradas.

A lista é o resultado dessa análise e desses critérios, que foi concluída com a seleção dos 15 principais executivos da região a partir dos resultados.

Setor financeiro e varejo lideram a lista

A lista dos CEOs com melhores resultados é dominada por executivos do setor financeiro e do varejo, com quatro selecionados para cada um.

Esses setores têm sido particularmente ativos em meio ao processo de digitalização de serviços que levou mais pessoas a acessar pagamentos digitais e comércio on-line, impulsionando o desempenho dessas empresas.

Eles são seguidos em participação por empresas de energia (3), logística (2) e tecnologia (2).

Uma das principais questões levantadas pela definição lista é o fato de que, entre o universo de companhias analisadas, nenhuma é liderada por uma mulher, o que sinaliza que a região e suas corporações ainda precisam avançar no tema da diversidade.

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Alguns nomes se destacam na lista, como o brasileiro Roberto Monteiro, CEO da PRIO (PRIO3), que em 2022 concluiu a aquisição da Dommo (ex-OGX) por US$ 180 milhões e, desde então, suas ações na B3 quase dobraram, chegando a cerca de R$ 40. É considerada uma das principais junior oils do país.

Outro executivo que se destacou no Brasil, a principal economia da região, foi Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual (BPAC11). O executivo liderou um processo de diversificação dos negócios para além do investment banking, como na área de investimento e banco de varejo, algo que se mostrou valioso no momento em que as taxas de juros elevadas impactaram o mercado de capitais.

No Brasil, também se destacou o CEO do Magazine Luiza (MGLU3), Frederico Trajano, que, em meio ao aumento da concorrência, tem se concentrado na busca por eficiência, em aquisições estratégicas e investimentos em tecnologia e logística.

No México, o CEO da Arca Continental, Arturo Gutiérrez Hernández, enfrentou as pressões causadas pelo aumento dos insumos ligados à pandemia e obteve lucratividade graças a estratégias de preços e economia.

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E o CEO da Promotora y Operadora de Infraestructura, David Peñaloza Alanís, que conseguiu quase triplicar o número de projetos de infraestrutura de transporte gerenciados, entre outros.

Da Argentina, destacam-se o fundador e CEO do Mercado Livre (MELI), Marcos Galperin, que levou o gigante do comércio eletrônico a uma avaliação de mais de US$ 50 bilhões, e o CEO da Globant, Martín Migoya, que levou a empresa a um crescimento de receita de 17,7% em relação ao ano anterior, chegando a US$ 472,4 milhões no primeiro trimestre deste ano.

Também estão na lista Fabrizio Barderi, CEO da Enel Chile (ENELCHIL), e Marías Videla, CEO da Cencosud (CENCOSUD), enquanto na Colômbia entrou o CEO do Grupo Sura, Gonzalo Pérez.

Veja a avaliação completa dos 88 CEOs analisados

Das empresas e dos executivos elegíveis para a metodologia da lista da Bloomberg Línea, 87 foram selecionadas, com 88 CEOs. Veja a lista completa abaixo:

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Conheça a metodologia

  • O universo da lista contou com 87 empresas listadas com pelo menos um CEO ativo há um ano no cargo. Empresas de capital fechado não foram consideradas. As empresas analisadas estão incluídas no MSCI Emerging Markets Latin America Index e no S&P Latin America 35 ADR Index. Além disso, empresas com capital latino-americano listadas nas bolsas de valores dos EUA foram consideradas com base em sua capitalização de mercado de mais de US$ 2 bilhões.
  • Número de empresas consideradas: 87, totalizando 88 CEOs (uma das empresas tem dois CEOs). Foram avaliadas empresas de Brasil (38 empresas), México (21), Chile (11), Argentina (5), Colômbia (5), Peru (4), Panamá (2) e Uruguai (1). (editado)
  • Das empresas elegíveis para a metodologia da Bloomberg Línea, 88 foram selecionadas e, a partir da análise dos resultados, foram selecionados os 15 melhores CEOs.
  • Critério para análise foi o TRA, o retorno total anualizado, que considerou os dividendos reinvestidos em valor retirado do Terminal Bloomberg. No cálculo, foram utilizados valores em dólares.
  • O cálculo do TRA foi realizado a partir da data de início do CEO no cargo até 31 de maio de 2023. Se a data de início não foi um dia útil, foi considerada a data imediatamente anterior.
  • O cálculo considerou valores em dólares, e não a moeda local de cada país em que a empresa opera e está sediada.
  • Se o CEO já estava na empresa antes, a medição é feita a partir do momento em que ela abriu o capital.
  • O retorno do principal índice da bolsa em que a empresa está listada no Terminal Bloomberg foi estimado considerando o mesmo período em que o TRA foi calculado. Se a empresa não estiver listada em uma bolsa local, foi calculado o retorno da bolsa dos EUA.
  • As informações sobre a data de início da gestão do CEO foram obtidas no Terminal Bloomberg, e foi feita uma verificação em fontes oficiais, nas informações oficiais das bolsas de valores locais e nos sites corporativos das empresas.
  • Na medição, apenas para fins de informação e contexto, analisamos o desempenho da bolsa de valores em que a empresa está listada para determinar se ela estava acima ou abaixo das empresas públicas nesse índice.
  • Foi considerado, para fins de informação e contexto, se há mulheres no conselho de administração ou na diretoria executiva da empresa em que o CEO está listado. Seus nomes e a proporção de mulheres em relação ao tamanho total do conselho foram registrados. Mas isso não influenciou o resultado do CEO.
  • O fato de o CEO fazer parte do conselho de administração da empresa foi considerado para fins de informação e contexto. Mas isso não influenciou no resultado do executivo.

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