Ata do Copom e reunião do CMN sobre a meta: os principais eventos da semana

Mercado deve buscar novas indicações sobre caminho dos juros na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária, além de acompanhar a divulgação do IPCA-15 de junho

Presidente do Banco Central e ministro da Fazenda compõem o Conselho Monetário Nacional, junto da ministra do Planejamento, Simone Tebet
Por Josue Leonel
25 de Junho, 2023 | 03:44 PM

Bloomberg — A semana que começa tem a agenda econômica cheia. O Conselho Monetário Nacional se reúne para definir a meta da inflação de 2016 na quinta-feira (29), enquanto o Banco Central (BC) divulga na terça (27) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

A semana traz ainda a divulgação do IPCA-15 de junho, a definição da taxa Ptax do mês e o esperado desfecho de ofertas de ações que somam cerca de R$ 6,5 bilhões. No exterior, entre os destaques estão novas declarações de Jerome Powell, além da divulgação do PCE de maio nos EUA.

Veja a seguir 5 destaques da semana que começa:

1. Reunião do CMN

As expectativas sobre a taxa de juros serão influenciadas pela decisão do Conselho Monetário Nacional sobre a meta de inflação de 2026, em reunião na quinta. “Nós não esperamos uma mudança na meta de longo prazo de 3% ou no intervalo de 1,5 ponto percentual. O CMN pode, no entanto, adotar uma meta contínua, em vez de seguir o ano-calendário”, diz a Bloomberg Economics.

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2. Ata do Copom

Antes do CMN, o mercado buscará na ata do Copom, na terça-feira, novos detalhes sobre a visão exposta pelo BC no comunicado da última quarta-feira, que abriu brecha para corte de juros, mas sem uma sinalização clara de alívio ou do momento em que isso pode acontecer.

“A ata pode esclarecer se os membros do Copom discutiram um corte de juros e por que decidiram manter a taxa; e também se o debate sobre taxa neutra ganhou força após dados fortes de crescimento e núcleos resilientes de inflação”, afirmou a economista Adriana Dupita, da Bloomberg Economics. Ela avaliou que a ata pode vir um pouco mais dovish do que o comunicado.

3. Relatório de Inflação e IPCA-15

Na quinta-feira também será divulgado o Relatório Trimestral de Inflação, com coletiva de Roberto Campos Neto e do diretor Diogo Guillen. As projeções do BC ganham atenção especialmente com o debate recente sobre um possível aumento da taxa neutra de juros do país.

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Na terça será divulgado o IPCA-15 de junho, em meio ao alívio recente na inflação e nos núcleos.

A semana de agenda cheia ainda terá o resultado fiscal, das contas externas e os dados de crédito, todos relativos a maio, além do IGP-M de junho e da primeira pesquisa Focus pós-Copom na segunda-feira.

Na sexta-feira, a definição da ptax pode gerar volatilidade no câmbio.

4. PCE, Powell e China

O deflator conhecido como PCE será divulgado na sexta (30) e é o destaque da agenda internacional, em semana que ainda terá uma revisão do resultado do PIB nos EUA no primeiro trimestre.

“O PCE de maio pode ser mais brando do que o de abril, elevando as expectativas do mercado de apenas mais uma alta de juros pelo Fed neste ano”, diz a Bloomberg Economics.

Fórum de bancos centrais em Portugal na quarta (28) reunirá o presidente do Fed, Jerome Powell, e seus colegas dos BCs europeu, britânico e japonês. Powell ainda participa de discussão promovida pelo Banco da Espanha na quinta.

A divulgação dos PMIs (Índices de Compras de Gerentes) na China testa a visão negativa do mercado sobre a economia do país, algo que tem pesado sobre as cotações de commodities.

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5. Ofertas de ações

Cerca de R$ 6,5 bilhões podem ser movimentados em três ofertas de ações que devem ser precificadas nos próximos dias.

Só a oferta primária da Localiza - com definição de preço nesta segunda-feira (26) pode envolver perto de R$ 4,5 bilhões, considerando o lote adicional e o preço de fechamento de 15 de junho. Vamos e Direcional também precificam suas ofertas.

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