Citigroup endurece regras e passa a monitorar e punir quem não for ao escritório

Segundo fontes disseram à Bloomberg News, banco vai considerar o cumprimento das regras ao avaliar desempenho e definir o bônus dos funcionários

Funcionário entra na sede do Citigroup em Nova York, EUA
Por Jenny Surane - Ambereen Choudhury
23 de Junho, 2023 | 02:47 PM

Bloomberg — O Citigroup (C) começou a pedir aos gestores das áreas do banco que informem os funcionários sobre as novas políticas de trabalho presencial no escritório, que poderão resultar em consequências caso não sejam seguidas.

Embora a grande maioria dos funcionários esteja seguindo as regras da empresa para trabalho híbrido, as mudanças se concentram naqueles com ausências persistentes e inexplicadas, de acordo com uma pessoa com conhecimento do assunto.

Os gerentes considerarão o cumprimento das regras ao avaliar o desempenho e definir os pagamentos de bônus, disse a pessoa à Bloomberg News, pedindo para não ser identificada por discutir informações que não são públicas.

“Estamos comprometidos com nosso modelo de trabalho híbrido e orgulhosos da flexibilidade que ele oferece aos nossos colegas para trabalhar pelo menos três dias por semana no escritório e até dois dias remotamente”, afirmou o Citigroup em comunicado.

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“Temos expectativas firmes quanto ao comparecimento ao escritório e sabemos que a maioria de nossos funcionários está em conformidade com seus requisitos. Se necessário, responsabilizamos os colegas pelo cumprimento de seus dias de trabalho.”

O Citigroup é amplamente visto como uma das empresas financeiras mais receptivas quando se trata de acordos de trabalho flexíveis após a pandemia de covid-19.

A grande maioria dos funcionários do Citigroup tem trabalho híbrido, o que significa pelo menos três dias por semana in loco. O banco usou a política para reter e atrair funcionários em todos os seus negócios durante o período da CEO Jane Fraser no comando da empresa.

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Jane Fraser, CEO do Citigroupdfd

O impulso recente de volta aos escritórios ocorre quando o Citigroup prepara os gestores para conversas sobre o desempenho do meio do ano.

A empresa, com sede em Nova York, pediu aos gerentes que discutam as políticas de retorno ao escritório com os funcionários que não vão ao prédio regularmente, de forma a garantir que eles entendam as consequências do descumprimento contínuo, de acordo com a pessoa com conhecimento do assunto.

Como parte de um esforço para entender melhor as tendências de comparecimento ao escritório, o Citigroup está considerando rastrear os dados de entrada em prédios dos funcionários no Reino Unido. A instituição financeira já vem fazendo isso nos principais escritórios dos Estados Unidos.

A empresa está discutindo uma proposta com seu grupo de engajamento de funcionários no Reino Unido que permitiria monitorar mensalmente a presença individual de funcionários no escritório, de acordo com um memorando aos funcionários visto pela Bloomberg News.

A proposta também permitiria ao Citigroup coletar dados corporativos agregados a cada duas semanas para os escritórios da empresa em Londres, Edimburgo e Belfast.

“Será coletado um dado por pessoa, por dia, por local”, de acordo com o memorando.

“O número de horas passadas no escritório não será capturado nesses relatórios. O foco do levantamento será nos funcionários com ausência consistente do escritório. Os relatórios podem então ser compartilhados com os gerentes, conforme apropriado, para iniciar uma discussão mais aprofundada.”

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Por enquanto, os dados dos EUA foram compartilhados apenas com os executivos mais seniores do Citigroup, embora a empresa esteja avaliando a criação de um painel que permita aos gerentes diretos terem acesso mais fácil aos dados, segundo a pessoa com conhecimento do assunto.

-- Com a colaboração de Donal Griffin

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