JPMorgan vê espaço para Ibovespa subir mais com múltiplos ainda deprimidos

Banco americano vê upside de 13% no principal índice da bolsa brasileira até o fim do ano e diz que é a aposta mais simples na comparação com seus pares da América Latina

Logo do JPMorgan em prédio nos EUA: visão construtiva para o Ibovespa
Por Vinícius Andrade
16 de Junho, 2023 | 02:36 PM

Bloomberg — O mercado acionário brasileiro deve ofuscar os pares latino-americanos no segundo semestre, com múltiplos ainda deprimidos e perspectiva de corte da Selic, de acordo com o JPMorgan (JPM).

As ações do país são “a aposta mais simples do mercado por causa do valuation baixo combinado com juros menores”, disse Emy Shayo, chefe de estratégia de ações para a América Latina do banco.

“A história está ficando ainda mais interessante à medida que a inflação recua mais do que o esperado, as expectativas de inflação começam a diminuir e as expectativas de crescimento aumentam”, escreveu em um relatório nesta sexta-feira (16).

Shayo manteve sua recomendação de overweight (acima da média do mercado, equivalente a compra) para as ações brasileiras e agora espera que o Ibovespa (IBOV) termine o ano em 135 mil pontos, cerca de 13% acima do fechamento de quinta-feira (15). Um índice de ações latino-americanas deve subir quase 5% no mesmo período, acrescentou.

PUBLICIDADE

A visão segue as apostas otimistas de investidores, incluindo a Fidelity Investments e alguns fundos locais, que têm sinalizado um potencial ponto de inflexão no mercado acionário.

Mesmo com um ganho de 9% neste ano, o Ibovespa está sendo negociado a 8,1 vezes o lucro estimado, ante 12,2 vezes do Mexbol do México e abaixo das médias históricas, mostram dados compilados pela Bloomberg.

Operadores esperam uma flexibilização monetária de mais de 180 pontos-base até o final do ano, e a Verde Asset Management disse que o Banco Central, liderado por Roberto Campos Neto, pode começar a cortar as taxas em agosto.

PUBLICIDADE

Os ativos brasileiros tiveram um impulso nesta semana depois de a S&P Global Ratings elevar a perspectiva para o país de estável para positiva, citando maior visibilidade das políticas e diminuição das chances de retrocessos nas reformas.

“Uma flexibilização está chegando”, escreveu Shayo. “E também faria maravilhas para domar o ruído político residual em torno da política econômica.”

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Rali atual lembra 2000 ou 2008, diz Hartnett, do BofA: ‘vejo um grande colapso’

Deutsche Bank prevê queda de até 20% em renda fixa e acende alerta no mercado