Quem são e quanto ganham os gestores à frente de family offices no mundo

Nova pesquisa revela que, nos EUA, 40% dos CIOs ganham pelo menos US$ 1 milhão ao ano de remuneração; mas, em muitos casos, valores estão bem acima

Dawn Fitzpatrick, CEO e CIO do Soros Fund Management: exemplo de executiva do alto escalão à frente de fortunas familiares (Foto: Jeenah Moon/Bloomberg)
Por Ben Stupples - Biz Carson
06 de Junho, 2023 | 10:51 AM

Bloomberg — Vale a pena ser executivo-chefe de investimentos (CIO) em um family office americano.

As empresas de investimento privado de americanos ultra-ricos têm o maior número de gestores de dinheiro nessa função que ganham pelo menos US$ 1 milhão por ano ou o equivalente em outras moedas, de acordo com um relatório da KPMG e da empresa de recrutamento Agreus Group.

Cerca de 40% dos CIOs de family offices nos Estados Unidos recebem esse valor anualmente, enquanto 17% daqueles na Ásia ganham mais de US$ 1 milhão em Singapura (US$ 740.000) e 6% na Europa ganham pelo menos € 1 milhão (US$ 1,1 milhão).

Nenhum atingiu o topo do ranking no Reino Unido, no Oriente Médio ou na Austrália, de acordo com o relatório, divulgado nesta terça-feira (6) com base em pesquisas com 625 profissionais de family office.

PUBLICIDADE

A pesquisa revela que os CIOs à frente de tais empresas são em sua maioria homem (79%), trabalham em equipes reduzidas, com menos de 5 profissionais (31% do total), e 58% deles tiveram aumento na remuneração no ano passado.

O equivalente a 26% dos CIOs administram entre US$ 251 milhões e US$ 500 milhões - é a faixa de patrimônio mais comum -, mas 6% têm acima de US$ 5 bilhões em ativos sob gestão.

Em comparação, a remuneração anual média total dos CIOs em fundos de endowment (que administram ativos de doação sem fins lucrativos) nos EUA foi de US$ 800 mil, de acordo com um post de 2023 da Universidade de Missouri, ou aproximadamente três vezes mais do que seus pares em fundos de pensão públicos.

PUBLICIDADE

Em nível global, os CIOs com certificação CFA relataram uma remuneração média total de US$ 240 mil por ano, segundo um estudo de 2019 do CFA Institute.

“Nos Estados Unidos, a mentalidade e a cultura são as de que eles estão preparados para pagar pelo melhor”, disse Paul Westall, cofundador da Agreus, com sede em Londres. “Os family offices lá são mais avançados em comparação com alguns outros países e muitas vezes já passaram por altos e baixos na tentativa de economizar com custos.”

Migração de executivos

Os family offices são entidades vagamente regulamentadas que administram os investimentos, as questões fiscais e de filantropia para os super-ricos do mundo. Eles cresceram em número em todo o mundo nas últimas duas décadas, à medida que os bilionários adicionaram trilhões de dólares a seus patrimônios líquidos combinados.

A explosão de riqueza também levou a um aumento no número de profissionais de finanças saindo de empresas institucionais para trabalhar em family offices.

Dawn Fitzpatrick, ex-executiva de carreira e ex-head de investimentos da asset do UBS (UBS), é CIO da empresa de investimentos de George Soros, enquanto o ex-banqueiro Daniel Forman ingressou na Jefferson River Capital de Tony James no ano passado na mesma função. Erin Riley, que trabalhou anteriormente para o Goldman Sachs (GS), mudou-se para o family office Lemoko de Bob Shaye em 2022.

Enquanto isso, os CEOs de family offices nos EUA normalmente recebem salários de US$ 264 mil a US$ 330 mil mais um bônus equivalente a 21% a 30% de seu salário anual – o maior pacote de remuneração total para a função em todo o mundo, de acordo com o relatório.

Cerca de um terço das 500 pessoas mais ricas do mundo estão nos EUA, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

PUBLICIDADE

Cerca de 12% dos family offices incluídos na pesquisa gerenciavam mais de US$ 5,1 bilhões. Nova York, Califórnia e Texas são os estados mais populares para os family offices dos EUA, que também lideraram globalmente na concessão de planos de incentivo de longo prazo para ajudar a reter funcionários.

“O alinhamento de interesses está se tornando importante para os family offices”, disse Tayyab Mohamed, outro cofundador da Agreus e chefe do mercado americano da empresa. “É quase uma obrigação se você está tentando atrair talentos das maiores firmas de private equity e bancos.”

- Com informações da Bloomberg Línea.

Veja mais em Bloomberg.com

PUBLICIDADE

Leia também

Por que este ex-BofA acha que você deveria ficar na Faria Lima, e não em Wall St

Voluntariado, família e imersão em tech: o sabático de executivos da Faria Lima

Salários na Faria Lima superam R$ 10 milhões por ano