Biden e líder republicano chegam a acordo inicial para evitar default dos EUA

Texto precisa ser alinhado pelos partidos Democrata e Republicano antes de ser submetido a votação na próxima quarta (31); prazo seria 5 de junho, segundo o Tesouro

Biden y McCarthy
Por Josh Wingrove - Jennifer Jacobs - Eric Wasson
28 de Maio, 2023 | 09:19 AM

Bloomberg — A Casa Branca e os negociadores republicanos chegaram a um acordo provisório na noite de sábado (27) para aumentar o teto da dívida dos Estados Unidos e assim evitar um default que ameaça causar tremores na economia global.

O presidente Joe Biden e o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, que selaram o acordo durante um telefonema de 90 minutos, agora devem conduzir a estrutura até a necessária aprovação legislativa final, apesar das objeções dos radicais de ambos os partidos.

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McCarthy disse que conversará com Biden novamente neste domingo (28) e alinhará o projeto de lei para votação na quarta-feira (31).

“Ainda temos muito trabalho a fazer, mas acredito que este é um princípio de acordo que é digno do povo americano”, disse McCarthy a jornalistas no Capitólio na noite de sábado.

Há pouca margem para erro, com a secretária do Tesouro, Janet Yellen, alertando que uma extensão deve ser finalizada até 5 de junho para evitar um calote histórico que faria disparar os custos dos empréstimos.

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O acordo - alcançado após semanas de discussões tensas - inclui a previsão de “apropriações” de dois anos que mantém os gastos não relacionados à defesa praticamente estáveis ante os níveis atuais, disse uma pessoa familiarizada com o acordo, falando sob condição de anonimato.

Também suspende o limite da dívida até janeiro de 2025 – após a próxima eleição presidencial. Algumas pessoas familiarizadas com a estrutura disseram que o limite voltaria em 1º de janeiro, enquanto outras disseram que a data precisa pode depender do texto do projeto de lei, que ainda está sendo discutido.

De qualquer forma, configura um cenário em 2025 semelhante a este ano, quando o Departamento do Tesouro começou a empregar medidas extraordinárias em janeiro para evitar um calote.

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Economistas disseram que mesmo um curto default pode levar à perda de centenas de milhares de empregos. Em 24 de maio, a Fitch Ratings colocou a classificação de crédito AAA dos EUA sob vigilância, em um movimento que refletia as crescentes preocupações de que o governo iria ultrapassar o limite.

O pacto provavelmente ajudará a reduzir as tensões recentes nos mercados financeiros, em que os investidores exigiam rendimentos mais altos em títulos que serão pagos em breve.

As taxas de ativos com vencimento no início de junho chegaram a 7% em certo momento recente. Os swaps de inadimplência de crédito, derivativos que permitem aos investidores fazer seguro contra o não pagamento, também refletiram uma preocupação elevada, com preços bem acima dos níveis observados em um debate anterior sobre limites de dívida em 2011.

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Ainda assim, a atenção dos investidores pode se voltar para outros riscos. O Tesouro agora provavelmente tentará recompor seu estoque que foi sendo reduzido nas últimas semanas – que na quinta-feira (25) caiu para menos de US$ 39 bilhões, o nível mais baixo desde 2017.

O “dilúvio” resultante de vendas de notas provavelmente sugará uma quantidade significativa de liquidez dos mercados, aumentando a pressão em um momento em que o Federal Reserve vem elevando as taxas de juros e encolhendo seu balanço patrimonial.

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