PCE: inflação ao consumidor acelera em abril nos EUA e mantém o Fed sob pressão

Núcleo da inflação de gastos de consumo pessoal nos EUA ficou acima do resultado do mês anterior e pode influenciar na próxima decisão de política monetária

Diretores do Fed estão divididos entre fazer uma pausa ou continuar o aumento dos juros
26 de Maio, 2023 | 09:37 AM

Bloomberg Línea — O núcleo da inflação de gastos de consumo pessoal nos Estados Unidos, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, teve alta de 0,4% em abril, pouco acima do esperado pela maioria dos analistas e economistas do mercado financeiro. É o que mostram os dados do Índice de Gastos de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês) divulgados nesta sexta-feira (26).

Economistas consultados pela Bloomberg estimavam alta de 0,3% do núcleo do PCE em relação ao mês anterior, quando a alta também foi de 0,3%. Em 12 meses, o núcleo acumula alta de 4,7%, acima do que o dado do mês de março (4,6%). Já o índice principal subiu 0,4% na base mensal, acima do resultado do mês anterior (0,1%), de acordo com os dados revisados. Em 12 meses até maio, o PCE tem alta de 4,4%, ante 4,2% em março.

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Após a divulgação, os índices futuros de ações de Wall Street perderam parte dos ganhos: o S&P 500 subia 0,05%, enquanto o Nasdaq 100 tinha alta de 0,20% por volta das 9h33 (horário de Brasília).

O resultado de maio pode influenciar a decisão dos dirigentes do Federal Reserve (Fed) em sua próxima reunião de política monetária em 13 e 14 de junho. O núcleo do PCE é o indicador de inflação preferido do Federal Reserve, porque mede a variação dos preços de bens e serviços consumidos pelas famílias americanas e, por isso, reflete de forma mais direta o impacto sobre os consumidores do país.

Alguns diretores do Fed defendem que o banco central americano deveria fazer uma pausa no ciclo de aumento de juros. Outros argumentam que pode ser necessário continuar o aperto monetário para domar a inflação, que continua elevada e acima da meta de 2% ao ano. Em maio, o Fed elevou a taxa de juros em 0,25 ponto porcentual para um intervalo de 5% a 5,25%.

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Indicadores de atividade e de emprego divulgados recentemente têm mostrado que a economia americana continua resiliente, apesar do aumento de juros por parte do Fed, o que pode favorecer um novo aumento da taxa básica nos Estados Unidos.

-- Atualizado às 9h43 para incluir a reação dos índices futuros.

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Filipe Serrano

É editor sênior da Bloomberg Línea Brasil e jornalista especializado na cobertura de macroeconomia, negócios, internacional e tecnologia. Foi editor de economia no jornal O Estado de S. Paulo, e editor na Exame e na revista INFO, da Editora Abril. Tem pós-graduação em Relações Internacionais pela FGV-SP, e graduação em Jornalismo pela PUC-SP.

Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.