Energia solar deve receber mais investimento do que o petróleo pela primeira vez

Um recorde de mais de US$ 1,7 trilhão será investido em tecnologias de energia limpa este ano, em comparação com cerca de US$ 1 trilhão investido em combustíveis fósseis

Apesar o aumento dos aportes em energia limpa, o investimento no fornecimento de carvão deve aumentar 10% este ano, atingindo um novo recorde. (Foto: Chris Ratcliffe/Bloomberg)
Por William Mathis
25 de Maio, 2023 | 10:05 AM

Bloomberg — Os investimentos em energia solar devem superar pela primeira vez neste ano os aportes na produção de petróleo, sinalizando a escala e a velocidade da transição para fontes de energia de baixo carbono.

Esse movimento histórico consta do mais recente relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), com projeções de investimentos em tecnologias de energia limpa que superam os investimentos em combustíveis fósseis em 2023.

Um recorde de mais de US$ 1,7 trilhão será investido em diversas tecnologias de energia limpa este ano, em comparação com cerca de US$ 1 trilhão investido em suprimentos de combustíveis fósseis e produção de energia, segundo a AIE.

“As tecnologias limpas estão se distanciando dos combustíveis fósseis”, disse Fatih Birol, diretor executivo da AIE.

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Ainda assim, esse mix de investimentos ainda está longe de colocar o mundo no caminho para cumprir o compromisso de limitar o aumento das temperaturas globais. Os gastos com energia limpa devem crescer 24% este ano, um ritmo mais rápido do que o crescimento de 15% no investimento em combustíveis fósseis.

A expansão dos gastos com energia limpa será impulsionada por tecnologias como painéis solares e veículos elétricos, que são fundamentais para reduzir a dependência do uso de petróleo, carvão e gás natural, principais fontes de emissões de carbono que levam às mudanças climáticas.

Ainda assim, esse nível de investimento anual precisará praticamente dobrar até 2030 para colocar o mundo no caminho certo para ter a chance de limitar o aquecimento global a 1,5°C, de acordo com o relatório.

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E, embora o investimento em combustíveis fósseis fique atrás de alternativas mais limpas, esse segmento ainda deve atingir o nível mais alto desde antes da pandemia. Esse padrão teria que começar a declinar acentuadamente nesta década para se alinhar com o cenário da AIE, que prevê que o planeta atingirá emissões líquidas zero até a metade do século.

Isso é particularmente verdadeiro para o carvão, o combustível fóssil mais poluente. O investimento no fornecimento de carvão deve aumentar 10% este ano, atingindo um novo recorde. A grande maioria desse investimento está na China, onde a escassez de energia levou o governo a construir novas usinas a carvão.

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