Bloomberg Línea — O Itaú Unibanco (ITUB4) confirmou que as ações judiciais contra a Americanas (AMER3) estão suspensas. A medida era uma condição da varejista para fechar um acordo com os bancos credores e avançar no processo de recuperação judicial, em curso desde janeiro.
Na noite de terça-feira (11), a Americanas comunicou, sem fornecer nomes, que “alguns de seus credores financeiros concordaram em suspender temporariamente suas disputas judiciais em curso, de forma a permitir que as partes envolvidas foquem seus esforços na negociação de um Plano de Recuperação Judicial que seja aceitável para a maior parte dos credores da companhia e que viabilize o futuro operacional da Americanas”.
A companhia acrescentou esperar que, “durante esse período, as negociações culminem em um plano que conte com o apoio da maior parcela possível dos credores da Americanas e que possa ser submetido a uma Assembleia Geral de Credores dentro do prazo estabelecido pela legislação”.
A Americanas também destacou que “em que pese ainda não haver acordo com seus credores financeiros em relação à última proposta apresentada, a companhia segue empenhada em manter negociações construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades”.
No dia 3 de abril, a varejista havia oficializado a proposta de capitalização de R$ 12 bilhões, um valor abaixo dos R$ 15 bilhões que alguns bancos falavam no começo da crise da descoberta do rombo contábil de R$ 20 bilhões, decorrente da ocultação das despesas financeiras com operações de risco sacado (antecipação de recebíveis) realizadas nos últimos anos.
O Itaú tem R$ 2,9 bilhões a receber da varejista e fez uma provisão para cobrir 100% da exposição ao calote, no balanço do 4º trimestre. Isso signifique que, no caso de acordo com a Americanas, o banco vai reaver um dinheiro que já havia reservado como perda no resultado financeiro de 2022.
Além do Itaú, o Santander Brasil (SANB11) também suspendeu suas ações judiciais contra a Americanas, segundo reportagem da CNN Brasil, publicada anteontem (10). O Santander não comentou o assunto. No próximo dia 24, antes da abertura do mercado, o banco deve divulgar o balanço do primeiro trimestre.
A operação local do banco espanhol tem uma dívida de R$ 3,65 bilhões a receber da varejista e, no quarto trimestre, fez uma provisão para cobrir 30% do calote. A matriz tem cobrado ajustes nos indicadores de inadimplência do Santander Brasil, após reportar balanços abaixo das expectativas do mercado.
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