Presidente do Credit Suisse pede desculpas a acionistas por não conter crise

Mea culpa público de Axel Lehmann ocorre diante de cobrança de investidores sobre a aquisição pelo UBS, que marca o fim do banco suíço após 167 anos

Presidente do Credit Suisse fala na assembleia geral anual de acionistas da empresa em Zurique, Suíça, na terça-feira, 4 de abril
Por Marion Halftermeyer
04 de Abril, 2023 | 09:21 AM

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Bloomberg — O presidente do conselho do Credit Suisse (CS), Axel Lehmann, pediu desculpas aos acionistas por não conseguir conter a perda de confiança no banco, algo que, segundo ele, havia se desenvolvido bem antes de ele assumir em janeiro de 2022.

“Falhamos em conter o impacto dos escândalos herdados e contrariar as manchetes negativas com fatos positivos”, disse Lehmann em comentários preparados para a reunião anual de acionistas do banco em Zurique. No final, “o banco não pôde ser salvo”.

O mea culpa público ocorre no momento em que os acionistas confrontam a liderança sobre a aquisição histórica pelo maior rival UBS (UBS), que marca o fim do Credit Suisse após 167 anos.

O acordo de 3 bilhões de francos (US$ 3,3 bilhões) foi selado no mês passado para colocar fim a uma crise de confiança após anos de escândalos, perdas e falhas na gestão de riscos.

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O frágil sentimento do investidor em relação ao setor bancário foi ainda mais afetado pela quebra do Silicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos, uma semana antes.

O acordo foi fechado sem a aprovação dos acionistas do Credit Suisse ou do UBS, ressaltando a urgência de o governo suíço orquestrar uma solução.

Ao anunciar o negócio entre os dois maiores bancos do país, o governo citou um artigo da constituição que lhe permite emitir portarias temporárias “para combater ameaças existentes ou iminentes de grave perturbação da ordem pública ou da segurança interna ou externa”. Nesse caso, isso incluiu a substituição das leis de fusão sobre os votos normalmente necessários dos acionistas.

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“Queríamos colocar toda a nossa energia e esforços para reverter a situação e colocar o banco de volta aos trilhos”, disse Lehmann. “Dói que não tivemos tempo para fazer isso e que naquela fatídica semana de março nossos planos foram interrompidos. Por isso eu realmente sinto muito.”

A reunião de acionistas, realizada no estádio de hóquei de Zurique, é a primeira ocasião em anos em que os investidores poderão confrontar a administração cara a cara. As reuniões anteriores foram realizadas virtualmente devido à pandemia de covid-19.

Acionistas e procuradores indicaram antes da reunião sua intenção de votar contra a reeleição de vários membros do conselho, incluindo Lehmann, e expressaram descontentamento com o conselho de administração e a liderança da administração do banco.

Ainda não está claro qual dos principais executivos do banco sobreviverá à aquisição, com Lehmann e o CEO Ulrich Koerner possivelmente saindo de seus cargos.

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