Ibovespa fecha em alta após Haddad falar em antecipar novo arcabouço fiscal

After Hours: ações avançaram com a expectativa de o governo apresentar uma nova regra fiscal rigoroso para substituir o teto de gastos

After hours
15 de Fevereiro, 2023 | 06:40 PM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV) fechou o pregão desta quarta-feira (15) em alta, com os investidores reagindo às falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o que trouxe alívio aos mercados. Haddad afirmou que o governo pretende antecipar para março a apresentação do projeto para o novo arcabouço fiscal que deve substituir a regra do teto de gastos. Antes, a expectativa é de que a proposta fosse divulgada em abril.

O ministro também afirmou ser a favor de metas fiscais exigentes e rigorosas para forçar o Estado a trabalhar para cumprir as regras, o que agradou ao mercado. Com isso, o Ibovespa fechou em alta de 1,50%, aos 109.462 pontos. O dólar subiu a R$ 5,21, com alta de 0,40%.

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Vale (VALE3) foi a maior contribuição para avanço do índice, com ganho de 2,18%.

As maiores altas do Ibovespa no dia foram Hapvida (HAPV3 - 7,64%), MRV (MRVE3 - 5,85%), Grupo Natura (NTCO3 - 5,73%), Via (VIIA3 - 5,58%) e CSN Mineração (CMIN3 - 5,24%). Por outro lado, as maiores baixas foram Magazine Luiza (MGLU3 - -4,19%), Totvs (TOTS3 - -4,16%), Braskem (BRKM5 - -0,68%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4 - -0,63%) e Gerdau (GGBR4 - -0,42%

Haddad ainda fez acenos ao Banco Central, dizendo que a Fazenda e o BC conversam “todos os dias”. A política de juros e o atual patamar das metas de inflação estiveram no foco nas últimas semanas por causa das críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e integrantes do PT, o que colocou sob pressão o presidente do BC, Roberto Campos Neto.

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Na terça-feira (14), Haddad já havia dito que o regime de metas de inflação não está na pauta da próxima reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) em 16 de fevereiro

Mercado externo

No exterior, as bolsas americanas também tiveram avanço, mas em nível menor, com os investidores avaliando os dados da economia americana que mostram sinais de resiliência, enquanto o Federal Reserve busca esfriar a atividade econômica elevando os juros.

As vendas no varejo dos EUA em janeiro tiveram o maior salto em quase dois anos, sugerindo que os fortes gastos do consumidor manterão os preços elevados e aumentarão a pressão sobre o Fed para intensificar seus esforços para conter a inflação.

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Os dados, divulgados um dia após o relatório de inflação dos preços ao consumidor dos EUA com resultados mais aquecidos do que o esperado levaram os operadores de renda fixa a aumentar os rendimentos do Tesouro. No entanto, os investidores em ações encontraram algumas notícias positivas nos mesmos relatórios.

“As vendas no varejo de janeiro foram fortes em todos os setores e, juntamente com o forte relatório de empregos, mostram uma economia resiliente”, escreveu Matt Peron, diretor de pesquisa da Janus Henderson Investors. “Essa noção está apoiando o clima atual de ‘Cachinhos Dourados’ do mercado, onde a economia está forte, mas a inflação está recuando, embora ainda muito alta.”

-- Com informações da Bloomberg News

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Confira como fecharam os mercados nesta quarta-feira (15):

-- Com informações da Bloomberg News

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Filipe Serrano

É editor sênior da Bloomberg Línea Brasil e jornalista especializado na cobertura de macroeconomia, negócios, internacional e tecnologia. Foi editor de economia no jornal O Estado de S. Paulo, e editor na Exame e na revista INFO, da Editora Abril. Tem pós-graduação em Relações Internacionais pela FGV-SP, e graduação em Jornalismo pela PUC-SP.