Depois do PSG, Manchester United entra no alvo de investidores do Catar

Família Glazer, proprietária do tradicional clube inglês, está disposta a vender uma participação, e emir que governa o país árabe é torcedor do Manchester

Old Trafford, o lendário estádio do Manchester United, alvo de investidores do Oriente Médio
Por Dinesh Nair - David Hellier - Aaron Kirchfeld
13 de Fevereiro, 2023 | 12:07 PM

Bloomberg — Investidores do Catar devem fazer uma oferta pelo Manchester United nos próximos dias, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Bloomberg News, em um movimento que consolidaria o desejo do país do Oriente Médio de se tornar um player mais importante no esporte global.

O consórcio do Catar está se preparando para apresentar uma oferta inicial pelo tradicional e popular clube de futebol da Premier League inglesa até o final da semana, disseram as pessoas.

O clube conta com os brasileiros Casemiro, Antony e Fred entre os seus principais jogadores.

Funcionários do fundo soberano Qatar Investment Authority estão ajudando nos preparativos para uma oferta ao lado de family offices locais, disse uma das pessoas, pedindo para não ser identificada por discutir informações confidenciais.

PUBLICIDADE

O banco nova-iorquino Raine Group está assessorando os proprietários do Manchester United, a família Glazer, com sede nos Estados Unidos.

O Manchester United tem sido objeto de crescentes especulações de aquisição desde o começo do verão no hemisfério Norte, quando a Bloomberg News informou que a família Glazer estava aberta a vender uma participação.

Até agora, apenas o bilionário britânico Jim Ratcliffe declarou oficialmente seu interesse e está trabalhando com o Goldman Sachs e o JPMorgan Chase em uma oferta potencial.

PUBLICIDADE

A Bloomberg News informou em janeiro que investidores catarianos apoiados pelo estado estavam avaliando um investimento no Manchester United.

A Qatar Sports Investments, uma entidade separada da QIA, já possui o superclube francês Paris Saint-Germain.

Os regulamentos do órgão regulador do futebol europeu, a Uefa, estabelecem que times com o mesmo proprietário majoritário não podem competir nos principais torneios da região, incluindo a final da Champions League, o torneio de clubes mais rico do planeta.

O presidente da QSI, Nasser Al-Khelaifi, também é membro do Comitê Executivo da UEFA que adota seus regulamentos.

Sheikh Tamim bin Hamad Al Thani, o emir governante do Catar, é um torcedor do Manchester United e dificilmente vai querer perder a chance de possuir o que é amplamente considerado como uma das maiores marcas esportivas do mundo.

As deliberações estão em andamento e nenhuma decisão final foi tomada sobre quais entidades do Catar fornecerão capital para a oferta do Manchester United, disseram as pessoas.

Um porta-voz da QIA se recusou a comentar, enquanto um representante da QSI não estava imediatamente disponível para comentar.

PUBLICIDADE

Adam Sommerfeld, especialista em investimentos esportivos da Certus Capital, estimou que qualquer oferta pelo Manchester United precisaria exceder £ 4 bilhões (US$ 4,8 bilhões) para ser bem-sucedida. Isso o tornaria um dos maiores negócios envolvendo uma franquia esportiva.

O Catar gastou mais de US$ 200 bilhões durante a última década para reconstruir a infraestrutura do país para sediar a Copa do Mundo de 2022.

Além de construir novos estádios e municípios inteiros, também comprou ativos esportivos. Além da aquisição do PSG, a QSI tem uma participação no clube português SC Braga.

Veja mais em Bloomberg.com

PUBLICIDADE

Leia também

Gigante de private equity explica por que decidiu investir no Chelsea

Advent, Blackstone e CVC: private equity quer entrar no jogo do futebol alemão