Inter compra gestora nos EUA para ampliar oferta de produtos imobiliários

Holding do bilionário Rubens Menin reforça estratégia de crescer no mercado americano com aquisição da YellowFi, que faz originação de crédito imobiliário

Vista de Miami: Inter passará a oferecer ativos imobiliários para seus clientes no mercado americano
07 de Fevereiro, 2023 | 06:20 PM

Bloomberg Línea — A holding do banco digital Inter (INTR) anunciou nesta terça-feira (7) a aquisição de 100% do capital da YellowFi, empresa de originação de crédito imobiliário e gestora de fundos nos Estados Unidos. A transação, cujo valor não foi divulgado, expande a oferta de produtos financeiros pelo grupo do bilionário mineiro Rubens Menin na maior economia do mundo.

Um dos fundos sob gestão da YellowFi, o Brickell Bay Mortgage Opportunity Fund LP, investe em notas de crédito imobiliário residenciais nos EUA, segundo comunicado do Inter. Como parte da transação, Cassio Segura, sócio da YellowFi e ex-CEO do Banco do Brasil Americas (BB Americas), se juntará à equipe executiva do Inter para supervisionar e expandir os negócios.

“Esta transação evidencia a estratégia de crescimento inorgânico do Inter e a expansão dos produtos oferecidos à nossa base de clientes. Estamos adicionando capacidades complementares de impacto mínimo ao capital”, disse João Vitor Menin, CEO da Inter, em nota.

Segundo o banco, a aquisição da YellowFi vai acelerar o objetivo do Inter em expandir as soluções oferecidas aos clientes que desejam economizar e fazer transações e investir nos EUA, ao permitir que eles invistam no setor imobiliário dos EUA por meio do fundo gerido pela YellowFi.

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A conclusão do negócio acontece no momento em que crescem o interesse e os ativos de brasileiros em dólares no Brasil e no mercado americano, por meio de instituições como Avenue, C6 Bank e Nomad, entre outros.

O Inter diz ter cerca de 1 milhão de contas globais abertas em dólar, com mais de US$ 100 milhões em depósitos e investimentos.

Em junho do ano passado, o CEO do Inter disse esperar que, até 2024, o banco tenha mais clientes americanos do que brasileiros. Em agosto de 2021, o Inter entrou no mercado dos EUA ao adquirir a fintech Usend, que tem como foco remessas internacionais feitas por imigrantes residentes.

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Com ações listadas na bolsa tecnológica Nasdaq desde junho de 2022, o Inter acessou o mercado norte-americano de capitais com a ambição de se tornar uma empresa global. Os papéis do Inter tiveram queda de 4,22% nesta terça-feira, em dia de ganho de 1,90% do Nasdaq.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.