Microsoft: investidores buscam sinais de impacto da recessão em balanço

Companhia divulga seus resultados trimestrais nesta terça-feira (24) após o fechamento do pregão; ações operam estáveis em NY

Empresa divulga resultados nesta terça-feira (24)
Por Subrat Patnaik
24 de Janeiro, 2023 | 01:03 PM

Bloomberg — A desaceleração esperada no negócio de computação em nuvem da Microsoft (MSFT) está sendo uma decepção para alguns investidores que contavam com a gigante do software para ser relativamente resistente a uma possível recessão.

Na bolsa de Nova York, a ação da companhia perdeu a maior parte do rali de janeiro e alguns analistas começaram a ficar pessimistas após anos de projeções predominantemente otimistas. As ações da companhia operavam próximas da estabilidade nesta terça-feira (24).

Os investidores mais bearish dizem que não será hora de comprar até que uma desaceleração ou contração da atividade econômica esteja totalmente precificada. A Microsoft dará algumas pistas sobre como o negócio está indo quando divulgar os ganhos trimestrais após o fechamento do mercado nesta terça.

“Pode haver melhores pontos de entrada à frente, principalmente se observarmos uma retração no crescimento econômico”, disse Timothy Ghriskey, estrategista sênior de portfólio da Ingalls & Snyder, que tem cerca de US$ 7 bilhões em ativos.

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As ações da Microsoft superaram o índice de referência de tecnologia Nasdaq 100 nos últimos anos, em parte porque a empresa há muito é vista como capaz de resistir a uma economia enfraquecida. No entanto, enfrentando cortes de gastos por parte dos clientes corporativos, a companhia anunciou na semana passada cortes de empregos.

John DiFucci, analista do Guggenheim, atribuiu uma classificação de venda para os papéis da Microsoft – a primeira em mais de três anos. Ele citou preocupações de crescimento nos negócios de computação em nuvem Windows e Azure da empresa.

O movimento se seguiu ao do UBS Group, que cortou sua recomendação para as ações neste mês, escrevendo que o Azure “está entrando em uma desaceleração de crescimento acentuada que pode ser pior no ano fiscal de 2023 e 2024 do que os investidores estão modelando”.

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Apesar de a operação de nuvem da companhia – que compete com o Amazon Web Services da Amazon (AMZN) – estar gerando um crescimento de receita de dois dígitos, este está esfriando em um momento em que as expectativas dos investidores ainda são altas.

Os analistas esperam, em média, que as vendas do Azure aumentem 34% este ano e desacelerem para 27% em 2024, segundo dados da Bloomberg News.

A Microsoft alertou em outubro que as vendas do Azure aumentariam cerca de 37% no segundo trimestre fiscal encerrado em dezembro, ante uma taxa de 42% nos três meses anteriores.

Mesmo depois de cair 29% no ano passado, a Microsoft é negociada a cerca de 23 vezes o lucro projetado, um pouco acima da média de 10 anos, segundo dados da Bloomberg News.

“O segmento de nuvem tem sido a tendência de crescimento secular mais forte em toda a TI corporativa recentemente”, disse Stefan Slowinski, analista do BNP Paribas. Se o negócio de nuvem está enfraquecendo, isso torna “os investidores ainda mais cautelosos em relação ao mercado em geral”.

A Microsoft ainda está investindo no Azure. Na segunda-feira (24), anunciou que investirá mais no OpenAI, o laboratório pioneiro de pesquisa em inteligência artificial por trás do ChatGPT. A empresa disse na semana passada que estava disponibilizando amplamente as ferramentas OpenAI para seus clientes em nuvem e adicionaria o bot ChatGPT “em breve”.

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