As maiores rodadas de venture capital em startups da América Latina em 2022

A EnergyX, de Porto Rico, obteve a maior captação para empresas de capital fechado da região, seguida pelo banco digital brasileiro Neon em sua rodada Série D

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Bloomberg Línea — Enquanto 2021 foi o ano das mega-rodadas de aportes para startups da América Latina, os investidores preferiram fugir de ativos de risco em 2022: à medida que os juros subiram globalmente já no primeiros meses do ano, os cheques de fundos de venture capital ficaram menores.

Nubank e Kavak marcaram 2021 com captações de US$ 750 milhões e US$ 700 milhões, respectivamente, além de montantes de US$ 300 milhões a US$ 500 milhões para Nuvemshop, Rappi, Ebanx, Loft, Ualá e QuintoAndar - para cada uma dessas startups.

Em 2022, a maior captação do ano foi da porto-riquenha EnergyX, com um compromisso de US$ 450 milhões de private equity, além da Série D de US$ 300 milhões do banco digital Neon.

A pedido da Bloomberg Línea, o Crunchbase compilou dados até 16 de dezembro das maiores rodadas para empresas de capital fechado que são baseadas na América Latina. Os dados consideram empresas que receberam financiamento de risco, o que inclui aportes semente, estágios de venture capital, corporate venture capital e private equity. A Creditas recebeu duas rodadas em 2022.

As maiores rodadas de 2022 para a região:

  1. EnergyX (Porto Rico/EUA): US$ 450 milhões
  2. Neon (Brasil): US$ 300 milhões
  3. Multiexport Foods (Chile): US$ 290 milhões** (Segundo a Multiexport, foi uma transação de ações secundária)
  4. Creditas (Brasil): US$ 260 milhões
  5. Habi (Colômbia): US$ 200 milhões
  6. Velvet (Brasil): US$ 200 milhões
  7. Lulo Bank (Colômbia): US$ 199,8 milhões
  8. Tul (Colômbia): US$ 181 milhões
  9. Justo (México): US$ 152 milhões
  10. Nowports (México): US$ 150 milhões
  11. Creditas (Brasil): US$ 150 milhões

Relembre as maiores rodadas de 2022:

A maior captação do ano foi da EnergyX, uma empresa de Porto Rico que otimiza a extração de lítio por meio de tecnologia limpa. A empresa recebeu US$ 450 milhões em julho da empresa de private equity Global Emerging Markets Group (GEM).

O banco digital brasileiro Neon recebeu uma Série D de US$ 300 milhões em fevereiro do banco espanhol BBVA.

O Neon, fundado por Pedro Conrade, é uma fintech com foco na concessão de crédito para a classe C. Em dezembro, a empresa anunciou a incorporação da Leve, empresa de tecnologia financeira voltada ao crédito consignado privado.

O Neon, criado em 2016, já comprou as empresas ConsigaMais, MEI Fácil, Biorc e Magliano. O banco possui mais de 22 milhões de clientes e disse ter triplicado seu faturamento em 2021.

A chilena Multiexport Foods cria peixes salmão para exportação. A empresa disse ter feito uma oferta secundária de ações.

A fintech brasileira de crédito com garantia Creditas recebeu duas rodadas de investimento neste ano. A primeira foi em janeiro, uma Série F de US$ 260 milhões da empresa americana de investimentos Fidelity.

A segunda rodada da Creditas foi uma nota conversível de US$ 150 milhões para financiar sua compra do Andbank, banco que, em contrapartida, investiu US$ 50 milhões na extensão da Série F de janeiro, que manteve o valuation da fintech fundada por Sergio Furio em US$ 4,8 bilhões.

A Habi, proptech colombiana, recebeu uma Série C de US$ 200 milhões em maio, quando se tornou um unicórnio. Homebrew e o SoftBank Latin America Fund lideraram o aporte na plataforma de compra e venda de imóveis.

A fintech brasileira Velvet recebeu US$ 200 milhões da Yolo Ventures, fundo europeu que comanda o Sportsbet.io, com participações de family offices, para investimentos em warehousing (capital discricionário) para comprar participações de ex-funcionários de startups em fase pré-IPO.

Em outubro, o banco digital colombiano Lulo Bank recebeu US$ 199,8 milhões em um investimento de corporate do IHC (International Holding Company), uma empresa de Abu Dhabi que já detinha 25% da fintech.

Em janeiro, a plataforma colombiana para e-commerce de materiais de construção Tul recebeu US$ 181 milhões em uma rodada Série B liderada pelo fundo 8VC.

O aplicativo mexicano para delivery de mercado Justo, que promete taxas “mais justas” para os entregadores, recebeu US$ 152 milhões em uma Série B liderada pela General Atlantic em abril.

A também mexicana Nowports se tornou um unicórnio após uma rodada Série C de US$ 150 milhões liderada pelo SoftBank em abril. A plataforma de logística automatiza rotas e frotas para auxiliar a cadeia de suprimentos das empresas.

-- Atualiza transação secundária da Multiexport Foods

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