TSE abre investigação de Bolsonaro em caso sobre questionamento de eleições

Inquérito é aberto pelo corregedor-geral da corte, ministro Benedito Gonçalves, depois de denúncias apresentadas pela coligação do presidente eleito Lula

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Bloomberg — O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está investigando o presidente Jair Bolsonaro, o candidato a vice nas eleições, general Braga Netto, e alguns aliados por supostamente lançarem dúvidas sobre o resultado da eleição de outubro e abusar de seu poder durante a campanha.

O ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da corte, abriu inquérito na quarta-feira (14) para analisar denúncias apresentadas pela coligação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Os advogados da coligação afirmam que Bolsonaro e seus aliados buscaram desacreditar e desestabilizar a eleição presidencial, espalhando notícias falsas e desinformações sobre a integridade do sistema de votação.

Os advogados também dizem que o líder conservador abusou de seu poder político e econômico aumentando os valores dos benefícios sociais em ano eleitoral e fazendo pagamentos antecipados aos brasileiros de renda mais baixa em uma tentativa de aumentar suas chances de reeleição.

“Os investigados envidaram esforços para espalhar notícias falsas sobre o sistema de votação eletrônica e atacar os tribunais eleitorais e superiores, com o objetivo claro de minar a confiança dos eleitores”, escreveu Gonçalves em sua decisão de abrir a investigação.

Ele deu cinco dias para Bolsonaro e seus aliados apresentarem sua defesa.

O gabinete de Bolsonaro não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários da Bloomberg News. O gabinete de seu companheiro de chapa, general Braga Netto, não quis comentar.

Mandados de busca

Em um caso separado, a Polícia Federal disse nesta quinta-feira (15) que está cumprindo 81 mandados de busca e apreensão contra pessoas que tentaram anular o resultado da eleição pedindo intervenção militar e bloqueando rodovias em todo o país.

Os mandados, expedidos pelo ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do TSE, Alexandre de Moraes, visam apoiadores de Bolsonaro em sete estados brasileiros e no Distrito Federal, segundo comunicado da polícia.

Durante a campanha, Moraes ordenou que a polícia fizesse buscas nas casas de empresários que haviam compartilhado mensagens em um grupo privado de WhatsApp defendendo um golpe de estado em caso de vitória de Lula.

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