Morgan Stanley vê queda do dólar e ganhos para mercados emergentes em 2023

Segundo analistas, a projeção é de que o dólar alcance o pico com a redução da incerteza em torno do aperto monetário do Federal Reserve

Em relatório, o Morgan Stanley escreve que o índice do dólar deve recuar até o fim do próximo ano
Por Marcus Wong
14 de Novembro, 2022 | 11:15 AM

Bloomberg — O dólar atingiu o pico e deve cair em relação a outras moedas em 2023, juntamente com os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, diante das expectativas de uma inflação mais baixa, o que tende a sustentar ativos de mercados emergentes. A avaliação é do Morgan Stanley (MS).

Em relatório, o banco escreve que o índice do dólar deve recuar até o fim do próximo ano, enquanto o euro terá melhor desempenho à medida que os fluxos de investidores forem retomados.

O grupo de analistas do Morgan Stanley liderados por Andrew Sheets, acrescenta que os rendimentos das Treasuries de dois e dez anos devem encerrar 2023 em 3,50% – o que implica inclinação significativa da curva de juros.

A projeção é de que o dólar alcance o pico com a redução da incerteza em torno do aperto monetário do Federal Reserve, o banco central americano.

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Estrategistas apostam que a última elevação dos juros do atual ciclo do Fed será em janeiro de 2023, com um corte da taxa básica no quarto trimestre. Já o Banco Central Europeu deverá fazer seu aumento final em março de 2023, segundo o Morgan Stanley.

O maior aperto monetário do Federal Reserve em pelo menos uma geração fortaleceu o dólar este ano. O indicador da moeda americana já subiu 19%, o que seria o maior ganho anual registrado desde 1972.

O euro, por sua vez, perdeu a paridade com o dólar pela primeira vez em duas décadas, enquanto títulos de mercados emergentes caíram 15% – o menor retorno em 10 anos.

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O cenário, contudo, deve mudar. A expectativa é de que títulos de mercados emergentes ganhem terreno no próximo ano, na esteira do afrouxamento monetário nesses países. Vários bancos centrais de mercados emergentes, que saíram na frente nos aumentos dos juros em relação aos pares desenvolvidos, estão prestes a cortar as taxas de forma significativa.

O banco espera um retorno total de 14,1% para o crédito de mercados emergentes, impulsionado por um excesso de retorno de 5% e uma contribuição de 9,1% dos Treasuries. Nos mercados locais, os analistas veem um retorno total ainda mais alto, de 18,3%

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