Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada de nota publicada originalmente às 6h35)
O sinal de alívio dos investidores permitiu uma virada do vermelho para o azul no mercado acionário nesta manhã, confirmando a expectativa de volatilidade para o começo da semana. Nas bolsas europeias, o sinal de valorização, antes restrito ao índice inglês FTSE-100, ficou generalizado na última hora e ganhou força nas demais praças. Entre os futuros de índices dos EUA, a trajetória também é de alta. O bitcoin, o ouro e o petróleo reduziam suas perdas.
No mercado de dívida chama a atenção a queda do rendimento dos títulos do Reino Unido com vencimento em 10 anos (3,78%), justificado pela possibilidade de que o favorito para a disputa política do Reino Unido, Rishi Sunak, possa retomar o rigor fiscal e devolver credibilidade nas contas do país. Ele conta com aprovação pública de mais da metade dos parlamentares conservadores.
Para o rendimento dos títulos do tesouro norte-americano, que já havia encolhido na sexta-feira, a queda é suave, com o yield marcando os 4,16%, - os investidores parecem mais confiantes de que o Fed pode começar a pensar na flexibilização da política monetária.
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O dólar se apreciava ante a maioria das divisas, enquanto as cotações de euro e libra recuavam.
Vale mencionar que o mercado repercute também o que parece ter sido uma das maiores operações de defesa do governo do Japão no mercado cambial, no valor estimado de US$ 36,8 bilhões. A intervenção, não confirmada pelo Ministério das Finanças do Japão, teria sido feita na noite de sexta-feira e aparece hoje nos números da balança de pagamentos do país segundo cálculos do mercado.
→ O que move os mercados hoje
Os investidores iniciam a semana calibrando as expectativas econômicas com base em discursos recentes de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que abriram o debate sobre uma eventual redução do ritmo de aperto monetário nos Estados Unidos. A disputa política no Reino Unido segue na tela e são aguardados balanços de grandes companhias.
🐉 PIB chinês. Os dados econômicos chineses que haviam sido adiados na semana passada foram apresentados hoje, mostrando uma recuperação mista no país asiático, com o aumento do desemprego e o enfraquecimento das vendas no varejo em setembro ofuscando uma retomada do crescimento. A aceleração do PIB no terceiro trimestre (+3,9%) ficou acima das estimativas (+3,3%), mas os dados de setembro mostraram aumento da taxa de desemprego, situada em +5,5% ante 5,3% em agosto, e desaceleração das vendas no varejo de +5,4% em agosto para +2,5% no mês passado e abaixo da previsão de +3% para setembro.
🪖 Estratégia Rússia. EUA, Reino Unido e França rejeitaram hoje, em declaração conjunta, a alegação da Rússia de que a Ucrânia estaria se preparando para usar a chamada bomba suja em seu próprio território. Instaram Moscou a não usar a alegação como pretexto para escalar a guerra, que já dura oito meses. Também poderia ser uma estratégia para retardar ou suspender a ajuda militar ocidental à Ucrânia e enfraquecer a aliança da OTAN.
🇬🇧 Reino Unido em ebulição. O ex-premiê britânico, Boris Johnson, anunciou que não se colocará como opção na disputa para liderança do partido Conservador. A decisão abre caminho para o ex-chanceler Rishi Sunak, que entraria na disputa com Penny Mordaunt. Espera-se que a definição de um novo líder saia ainda nesta semana para restabelecer a confiança política e econômica no Reino Unido, abalada desde o mês passado.
💸 No centro das atenções. O controle da inflação tem como destaque nesta semana a decisão de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) e um conjunto de indicadores de atividade (PIB) e inflação (PCE) nos Estados Unidos, que podem interferir nas expectativas dos operadores, uma vez que o Fed entra em período de silêncio até a reunião do FOMC, na próxima semana.

🟢 As bolsas na sexta-feira (21): Dow Jones Industrials (+2,47%), S&P 500 (+2,37%), Nasdaq Composite (+2,31%), Stoxx 600 (-0,62%), Ibovespa (+2,35%)
Os índices acionários em Wall Street subiram em bloco, enquanto os prêmios dos títulos da dívida Tesouro norte-americano se desvaneceram. Mary Daly, do Fed de San Francisco, reforçou que não é o momento de “acabar” com a alta forte de juros, mas disse que é hora de começar a discutir o afrouxamento do aperto para evitar estragos na economia. Os ganhos se deram apesar de um dia negativo para as redes sociais, cujas ações caíram somando perda de US$ 35 bilhões em valor de mercado.
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Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• Indicadores PMIs/Out: EUA, Zona do Euro, Reino Unido, Alemanha, França, Japão
• EUA: Índice de Atividade-Fed Chicago/Set, Discurso de Janet Yellen, secretária do Tesouro
• Ásia: China (PIB 3T22, Produção Industrial/Set, Vendas no Varejo/Set, Taxa de Desemprego, Balança Comercial/Set)
• América Latina: Brasil (Boletim Focus, Transações Correntes/Ago, Investimentos Estrangeiro Direto/Ago); México (IPC/Out)
• Bancos centrais: Discursa David Ramsden (BoE)
• Balanços: Philips, Galp, Orange, Discover
📌 Para a semana:
• Terça-feira: EUA (Confiança do Consumidor do Conference Board, Índice Redbook); Alemanha (Índice IFO); China (Investimento Estrangeiro)
• Quarta-feira: EUA (Estoques no Atacado e no Varejo/Set, Balança Comercial). Decisão sobre juros do Banco do Canadá
• Quinta-feira: EUA (PIB 3T22, Pedidos de Bens Duráveis, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego); Zona do Euro (Decisão de Política Monetária do BCE); Alemanha (Índice de Confiança do Consumidor GfK)
• Sexta-feira: EUA (Índice PCE/Set, Vendas de Casas Pendentes); Zona do Euro (Índice de Confiança na Economia); Alemanha, França e Espanha (PIB 3T22, IPC/Out); Japão (Decisão de Política Monetária do BoJ)
• Balanços: Microsoft, Alphabet, Visa, Coca-Cola, Novartis, UPS, Texas Instruments, HSBC, SAP, General Electric, 3M, UBS, GM, Meta, Bristol-Myers Squibb, Boeing, Iberdrola, Mercedes-Benz, Heineken, Ford, Santander, BASF, Twitter, Barclays
(Com informações da Bloomberg News)