Barcelona, Espanha — (Esta é a versão atualizada às 9h45 de nota publicada originalmente às 6h32)
Os futuros dos principais índices das bolsas americanas passaram a cair nesta manhã de quinta-feira (13), por volta das 9h40, depois da divulgação do CPI, a inflação ao consumidor nos Estados Unidos, em setembro, que veio acima das projeções do mercado.
O futuro do S&P 500 recuava 1,75%, e o da Nasdaq, 2,47%.
O CPI subiu 0,4% em setembro e 8,2% na taxa anualizada, versus projeções que, no consenso, apontavam para variações de 0,2% e 8,1%. O núcleo do índice, que exclui as categorias de alimentos e energia, também subiu acima do que o mercado esperava.
Rumos do mercado pela manhã
Mais cedo, operadores buscavam calibrar expectativas enquanto aguardavam o indicador de inflação ao consumidor dos Estados Unidos. Também tentavam equilibrar duas forças: ao mesmo tempo que queriam evitar novos tombos, aproveitavam as ações a preços descontados após seis dias de baixa em Nova York.
Os principais índices europeus registravam pequenas variações de alta e de baixa, próximas da estabilidade, sem uma trajetória unânime na região. Nesta manhã, a questão da insegurança com infraestrutura energética veio à tona após um alarme falso na Noruega sobre ameaça de bomba no campo de exploração de gás Ormen Lange e nas instalações de processamento de Nyhamna.
Afastada a hipótese, a produção voltou ao normal com retorno dos trabalhadores aos locais. Os temores chegaram a elevar a cotação do gás natural no mercado futuro europeu em 9,2%.
Os futuros de índices de ações em Nova York operavam com valorização. Mais cedo, a volatilidade prevalecia nesse mercado, enquanto na Ásia o fechamento foi negativo para as bolsas.
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O vaivém também se via nas negociações de contrato de petróleo, enquanto fatores econômicos e geopolíticos influenciam as expectativas de preços. Apesar do corte da produção anunciado pela OPEP+ na semana passada para proteger os preços do produto, os agentes olham previsões de aumento de estoques ante temores de recessão e baixa demanda. Hoje, a Agência Internacional de Energia (IAE) divulga seu relatório mensal e os EUA apresentam seus números de estoque, com previsão de aumento na semana.
No mercado de metais, o ouro registrava pequena alta, mantendo o preço próximo da estabilidade ante o pregão anterior. Também se mantinha quase estável o rendimento dos títulos de dívida com vencimento em 10 anos.
→ O que move os mercados hoje
O IPC de setembro é o dado que falta para ajustar as expectativas do mercado em relação ao rumo da política monetária nos EUA nos próximos meses. Embora a ata do comitê de política monetária do Fed, o FOMC, tenha reafirmado ontem o compromisso de devolver a inflação à meta, o documento mostrou que várias autoridades acham “importante calibrar” o ritmo de aperto da economia para evitar danos maiores - leia-se recessão. Os investidores acompanham com grande interesse também os balanços corporativos.
🛑 Inflação no centro das atenções. O indicador de preços ao consumidor norte-americano deve marcar +8,1% ao ano, frente aos +8,3% de agosto. O núcleo anual (que exclui os preços de energia e alimentos), no entanto, deve subir de +6,3% para +6,5%. Como reação, as apostas majoritárias ainda apontam para um quarto aumento de 0,75 ponto porcentual nos juros dos EUA em novembro, mas uma surpresa com dados mais fracos de inflação poderia justificar apostas em uma revisão da política monetária do Fed. O dado será conhecido às 9h30 (horário de Brasília).
📊 Balanços em destaque. Na espera pelos dados de desempenho do setor bancário nos Estados Unidos no último trimestre, os operadores reagem a outros resultados, como o da TSM, que reportou aumento de 80% no lucro, mas cortou sua previsão de gastos em 10% para 2022. Essa revisão mostra que a gigante taiwanesa de chips estaria se preparando para uma desaceleração mais profunda que o previsto. As novas restrições do governo Biden para o setor na China contribuem para esses temores.
⚖️ Alumínio pode pesar. A turbulência no mundo das commodities aumenta ante a hipótese aventada pelo presidente Joe Biden de bloquear o alumínio produzido pela Rússia. Analistas do segmento acreditam que incluir o metal na lista de sanções colocaria ainda mais pressão sobre o segmento, que enfrenta reveses desde o início da guerra contra a Ucrânia, já que a Rússia é o segundo maior fornecedor mundial de alumínio depois da China.

🟢 As bolsas ontem (12): As bolsas ontem (12): Dow Jones Industrials (-0,10%), S&P 500 (-0,33%), Nasdaq Composite (-0,09%), Stoxx 600 (-0,53%), Ibovespa (bolsa fechada por feriado)
As bolsas norte-americanas fecharam com perdas pela sexta sessão consecutiva, com os investidores na expectativa pela inflação ao consumidor dos EUA referente a setembro, que sai hoje. Trata-se do último grande dado antes da próxima reunião do Fed, em novembro. As atas do Fed de ontem mostraram que as autoridades continuam empenhadas em manter o ciclo de aperto para trazer a inflação de volta à meta.
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Na agenda
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: Índice de Preços ao Consumidor/Set, Pedidos Iniciais de Seguro Desemprego, Relatório Mensal da IEA sobre Petróleo, Estoques de Petróleo Bruto e de Gás Natural, Reuniões do FMI, Balanço Orçamentário
• Europa: Reino Unido (Índice RICS de Preços de Imóveis); Alemanha (Índice de Preços ao Consumidor/Set, Saldo de Transações Correntes); Portugal (Índice de Preços ao Consumidor/Set)
• Ásia: China (Índice de Preços ao Consumidor/Set); Japão (Massa monetária)
• Bancos centrais: Discursos de Michelle W. Bowman (Fed) e Catherine Mann (Boe), Reunião dos Ministros de Finanças e dos Bancos Centrais do G-20
• Balanços: TSMC, BlackRock, Pimco, Walgreens Boots Alliance, Domino’s Pizza, Carrefour, Delta, Infosys
📌 Para amanhã:
• EUA (Vendas no Varejo/Set, Estoques das Empresas/Ago, Sentimento do Consumidor- Univ. de Michigan); China (IPC/Set, IPP/Set e Balança Comercial). Compra de emergência de bônus pelo Bank of England (BoE) prevista para terminar. Balanços (JPMorgan Chase & Co, Citigroup Inc, Morgan Stanley, Fast Retailing, Infosys, UnitedHealth, U.S. Bancorp, Wells Fargo)
(Com informações da Bloomberg News)