Bloomberg Línea — Com uma agenda de indicadores mais esvaziada, as atenções se voltam para o pessimismo que toma conta dos mercados internacionais, seguindo mais uma vez as preocupações com o crescimento da economia global. No cenário local, a inflação brasileira medida pelo IPCA divulgada mais cedo registrou a terceira queda consecutiva em setembro.
Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta terça-feira (11):
1. Queda nos preços
A inflação brasileira registrou a terceira queda consecutiva em setembro, agora de 0,29%, menor que as leituras anteriores. Mesmo assim, é a primeira vez na série histórica em que o índice cai por três medições seguidas, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). No ano, a inflação acumulada é de 4,09% e, nos últimos 12 meses, de 7,17%.
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, quatro registraram queda em setembro, com o grupo dos Transportes caindo 1,98%, o que contribuiu novamente com o impacto negativo mais intenso sobre o índice, seguido de Comunicação, queda de 2,08%, e Alimentação e Bebidas, queda de 0,51%.
2. Eleições
A segunda rodada da pesquisa Ipec (ex-Ibope) para o segundo turno das eleições presidenciais, divulgada na segunda-feira (10), mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na frente, com 51% da preferência dos eleitores, e o presidente Jair Bolsonaro (PL) com 42%. Com isso, o petista tem nove pontos percentuais à frente do candidato à reeleição.
A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os entrevistados que não souberam ou não quiseram responder são 2% do total, e os que disseram que vão votar em branco, 5%. A pesquisa também aponta que 48% dos eleitores entrevistados afirmaram que não votariam no atual presidente de jeito nenhum, enquanto a rejeição ao ex-presidente Lula é de 42%.
3. Mercados
Os futuros americanos caem nesta manhã, com o apetite por risco mais moderado e a cautela tomando conta dos investidores diante dos constantes alertas de recessão e a escalada da guerra da Rússia contra a Ucrânia, que contribui para o sentimento.
O Dow Jones futuro caía 0,09% perto das 9h30, o S&P tinha queda de 0,19% no mesmo horário, e o Nasdaq recuava 0,23%. Na Europa, o FTSE, de Londres, tinha queda de 0,59%, e o Stoxx600 caía 0,38% no mesmo horário. Por aqui, o Ibovespa futuro abriu em queda de 0,31%. Já o Dollar Index, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, caía 0,23%.
4. Manchetes do dia
- Estadão: Orçamento: futuro governo assumirá sem controlar 40% dos investimentos, em situação inédita
- Folha de S. Paulo: Plano cogitado por Bolsonaro para mudar STF pode esbarrar em cláusula pétrea da Constituição
- O Globo: Malu Gaspar: Bolsonaro impede divulgação de relatório sobre urnas após militares não encontrarem fraudes
- Valor: Agência e órgãos de controle se aliam por avanço na Lei do Saneamento
5. Agenda
O destaque do dia na agenda local é a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) do mês de setembro. Lá fora, nos EUA, sai o Índice de Otimismo entre Pequenas Empresas de setembro, a Expectativa de Inflação ao Consumidor, além da continuidade das reuniões do FMI.
No Reino Unido, foi divulgada mais cedo a taxa de desemprego, com queda inesperada para o nível mais baixo desde 1974, quando os trabalhadores abandonaram a força de trabalho a uma taxa recorde. O governo local disse que 3,5% dos adultos estavam procurando trabalho nos três meses até agosto, abaixo dos 3,6% da leitura anterior. Os números aumentaram as preocupações com a escassez de mão de obra e ajudam a promover aumentos salariais e, consequentemente, a inflação, o que o Banco da Inglaterra tem tentado combater com taxas de juros mais altas.
E também...
Os preços do petróleo caem nesta manhã, com os temores de recessão e um surto de casos de coronavírus na China aumentando as preocupações com a demanda global. Na segunda-feira (10), os chefes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial alertaram para um risco crescente de recessão global, citando a inflação como um problema persistente. Às 8h20, o petróleo tipo Brent recuava 2,21%, a US$ 94,08 o barril, enquanto o WTI recuava 2,51%, a US$ 88,85 o barril.
- Com informações da Bloomberg News
Leia também
Mercados em queda com prognósticos ruins para balanços e economia