Um terço da economia global entrará em recessão até 2023, prevê o FMI

Banco Mundial, por sua vez, alerta para o impacto da valorização do dólar na dívida de países em desenvolvimento na reunião anual dos organismos em Washington

Segundo estimativa, produção perdida até 2026 será equivalente a US$ 4 trilhões
Por Eric Martin
10 de Outubro, 2022 | 01:22 PM

Bloomberg — Com a desaceleração do crescimento das economias desenvolvidas e uma inflação persistentemente alta, que tem forçado o Federal Reserve e outros bancos centrais a apertarem as condições monetárias, os chefes do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial alertaram para um risco crescente de recessão global.

Nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, o mercado de trabalho tem se mostrado sólido, mas está perdendo força porque os custos de empréstimos mais altos está “começando a impactar” a economia, disse a diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, nesta segunda-feira (10).

A zona do euro está desacelerando à medida que os preços do gás natural disparam, e a China, devido às interrupções decorrentes da atividade por causa da covid-19 e à volatilidade no setor imobiliário.

O FMI calcula que cerca de um terço da economia mundial terá pelo menos dois trimestres consecutivos de contração neste ano e no próximo, o que configura uma recessão, enquanto a produção perdida até 2026 será equivalente a US$ 4 trilhões.

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Ao mesmo tempo, os formuladores de políticas não podem deixar a inflação ser um “trem desgovernado”, disse Georgieva em um evento virtual que deu início às reuniões anuais do FMI e do Banco Mundial em Washington. “Se não for feito o suficiente, estaremos em apuros.”

Ela acrescentou que o apoio fiscal deve ser bem direcionado para que não alimente a inflação e que o mundo precisa ajudar as economias emergentes e em desenvolvimento particularmente atingidas pelo aperto das condições financeiras.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, falando ao lado de Georgieva, alertou que há um “perigo real” de uma contração mundial no próximo ano. A força do dólar está enfraquecendo as moedas dos países em desenvolvimento, aumentando sua dívida para níveis pesados, disse ele.

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