Dólar recua após IPCA-15 e com recuperação do exterior; Ibovespa sobe com NY

Investidores monitoram nova deflação do IPCA-15 em setembro, ata do Copom e discursos dos dirigentes do Federal Reserve, nos EUA

Mercados têm sessão de retomada nesta terça (26)
27 de Setembro, 2022 | 11:14 AM

Bloomberg Línea — Os mercados têm uma correção nesta terça-feira (27), operando em alta após o forte sell-off na sessão anterior diante das preocupações com uma recessão.

Por aqui, o Ibovespa (IBOV) avançava 0,82% por volta das 10h40 (horário de Brasília), seguindo o alívio dos mercados nos Estados Unidos. Já o dólar recuava, após disparar no dia anterior, negociado por volta de R$ 5,35.

Hoje, os investidores ficarão atentos aos discursos dos dirigentes dos bancos centrais, entre eles Jerome Powell (Federal Reserve) e Christine Lagarde (Banco Central Europeu). A expectativa é de que reafirmem o compromisso de reduzir a inflação.

Os diretores do Fed, por exemplo, insistem que a política monetária dos EUA precisa ser dura. Ontem (26), Loretta Mester (Federal Reserve de Cleveland) e Susan Collins (Federal Reserve de Boston) afirmaram que será preciso um esforço adicional do banco central norte-americano para trazer a inflação para a meta.

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No Brasil, os investidores repercutem a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que sinalizou uma pausa no ciclo de aperto monetário, com a taxa Selic em 13,75%.

Na avaliação de Caio Megale, economista-chefe da XP, o documento reforçou o tom duro (hawkish) do comunicado pós-reunião, destacando as condições para o Copom entregar a trajetória de política monetária esperada pelos analistas de mercado (e não uma trajetória de juros ainda mais apertados).

Ainda na agenda do dia, a prévia do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) registrou deflação de 0,37% em setembro, a segunda queda consecutiva do índice. No ano, o IPCA-15 acumula alta de 4,63% e, em 12 meses, de 7,96%.

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Confira o desempenho dos mercados nesta terça-feira (27):

  • Por volta das 10h40 (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,82%, aos 110.013 pontos;
  • O dólar à vista recuava 0,96%, a R$ 5,34;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 cedia 26 pontos base, a 11,58%;
  • Nos EUA, os índices subiam: o Dow Jones avançava 1,21%, o S&P 500, 1,57%, enquanto o Nasdaq tinha alta de 2,06%;
  • Na Europa, o movimento também era de alta: o índice CAC-40, de Paris, subia cerca de 0,7%, por exemplo;

Cautela com ações

A turbulência nos mercados mostra poucos sinais de afastar as autoridades do Fed da retórica agressiva.

A desconfiança também vem dos sinais de bancos de investimento como Goldman Sachs (GS), BlackRock e Citigroup (C), que estão mais pessimistas com respeito ao mercado acionário no curto prazo. Para eles, os ativos ainda não refletem o risco real de desaceleração econômica e o efeito recessivo sobre empresas e ações.

Na visão do Goldman Sachs, a probabilidade de recessão subiu acima de 40% e o banco rebaixou o peso das ações em sua carteira de investimento para os próximos três meses. A BlackRock não vê uma aterrissagem suave da economia, com a inflação baixando antes de estrangular a economia, e recomenda “evitar a maioria das ações”.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.