Reta final para as eleições e 4 assuntos do Brasil e do mundo

Confira os principais tópicos que vão marcar o sentimento dos mercados nesta sexta-feira (23)

Última semana antes das eleições será marcada pela última safra de pesquisas de opinião e debates entre os candidatos na televisão aberta
23 de Setembro, 2022 | 10:18 AM

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Bloomberg Línea — A semana termina com os mercados em ritmo defensivo, seguindo as decisões de bancos centrais ao redor do mundo nesta semana de elevarem suas taxas de juros na tentativa de driblar a inflação crescente. No Brasil, o cenário político toma conta a pouco mais de uma semana das eleições.

Veja as outras notícias que devem impactar os mercados nesta sexta-feira (23):

1. Reta final

Faltam nove dias para o primeiro turno das eleições. A pesquisa Datafolha, divulgada na noite de ontem, mostra o ex-presidente Lula (PT) com 47% das intenções de voto, alta de dois pontos percentuais, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) se manteve estável em 33%.

Contando apenas os votos válidos, ou seja, excluindo votos nulos e em branco, Lula atingiu 50% das intenções de voto. Desta forma, cresceram as chances de o candidato petista vencer as eleições no primeiro turno, conforme análise do jornal Folha de S.Paulo, do mesmo grupo que o Datafolha. A pesquisa ouviu 6.754 pessoas em 343 cidades brasileiras. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

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2. Algum alívio

Quase três anos depois, Hong Kong finalmente colocou fim à quarentena para viajantes, no movimento mais substancial até agora para encerrar as restrições impostas na pandemia, e sinalizou que é provável que haja mais flexibilização adiante, à medida que a cidade tenta salvar seu status de centro financeiro global.

A região está lentamente desfazendo algumas de suas regras mais duras, ainda que em linha com as políticas de covid zero da China, que prejudicaram a economia e a posição global da cidade. As mudanças ocorrem antes de vários eventos importantes incluindo uma cúpula bancária internacional. Banqueiros estipularam que uma redução nas regras de quarentena seria necessária para que eles participassem da cúpula, enquanto a cidade tem lutado mais amplamente para conter uma fuga de profissionais após mais de dois anos de duras regras.

3. Mercados

Os mercados operam em terreno negativo nesta manhã. Nos Estados Unidos, os futuros do Dow Jones caíam 1,11% perto das 9h00, enquanto o S&P registrava queda de 1,19% no mesmo horário, assim como Nasdaq, queda de 1,27%, fechando mais uma semana de perdas, com o temor dos investidores de que a campanha de alta de juros do Federal Reserve para combater a inflação leve a uma desaceleração da economia.

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Na Europa o tom era o mesmo, com o FTSE de Londres registrando queda de 2,20%, e o Stoxx600, de 2,46%. Por aqui, o Ibovespa futuro caía 1,45% no mesmo horário, enquanto o Dollar Index, que mede a força da moeda americana em relação a uma cesta de outras moedas, subia 0,71%.

4. Manchetes do dia

  • Estadão: Disputa pelo voto cristão racha igrejas evangélicas; jovens fiéis contestam pressão por Bolsonaro
  • Folha de S. Paulo: Campanha de Lula vê espaço com voto útil, e Bolsonaro deve reforçar antipetismo
  • O Globo: Jovens e idosos, pobres e ricos: saiba quem prefere Lula e quem está mais propenso a Bolsonaro
  • Valor: ANS reduz exigências e operadoras de planos de saúde podem economizar R$ 18 bilhões

5. Agenda

A semana termina com os investidores digerindo e avaliando as decisões da maiorias dos bancos centrais de elevar taxas de juros para tentar frear a inflação crescente. No Brasil, com poucos indicadores, as atenções seguem voltadas para a reta final das eleições.

Nos Estados Unidos, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fala nesta tarde durante um evento, o que pode “acender novas luzes” para os investidores e trazer novos direcionamentos sobre o ciclo de aperto monetário. Na agenda de indicadores, o destaque fica com a divulgação dos índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial e de serviços nos EUA. Zona do Euro, Reino Unido, Alemanha e França também divulgam seus balanços de PMI nesta sexta.

E também...

Os preços do petróleo caem nesta manhã, caminhando para a quarta queda semanal depois que a série de altas de juros em todo o mundo lançou novos temores sobre as perspectivas para a demanda global por energia, ofuscando as notícias de que a Opep, Organização dos Países Exportadores de Petróleo, pode cortar a produção para impedir uma nova queda de preços.

Às 8h40 de hoje, o petróleo tipo Brent caía 3,10%, a US$ 87,63 o barril, enquanto o WTI registrava queda de 3,44%, a US$ 80,64 o barril.

- Com informações da Bloomberg News

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Melina Flynn

Melina Flynn é jornalista naturalizada brasileira, estudou Artes Cênicas e Comunicação Social, e passou por veículos como G1, RBS TV e TC, plataforma de inteligência de mercado, onde se especializou em política e economia, e hoje coordena a operação multimídia da Bloomberg Linea no Brasil.