BTG/FSB: Lula volta a ampliar vantagem sobre Bolsonaro

Ex-presidente subiu de 41% para 44% das intenções de voto enquanto o presidente ficou estável com 35%; votos no petista saíram da terceira via

Bloomberg Línea
19 de Setembro, 2022 | 02:34 PM

Bloomberg Línea — A duas semanas das eleições, a distância entre as intenções de voto no ex-presidente Lula (PT) e no presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a subir. Segundo pesquisa BTG/FSB divulgada nesta segunda-feira (19), Lula subiu de 41% para 44% das intenções em uma semana, enquanto Bolsonaro se manteve com 35%.

A alta do petista parece ter sido às custas da estagnação da chamada “terceira via” - os candidatos que não se identificam com nenhum dos líderes. Ela representa 19% das intenções de voto há uma semana e agora representam 14%.

Os maiores prejudicados foram Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB). Ambos oscilaram dois pontos para baixo. Ciro agora tem 7% das intenções de voto e Simone Tebet, 5%.

A FSB calcula que os resultados desta semana ainda indicam a possibilidade de segundo turno: contando apenas os votos válidos, Lula tem 47% das intenções de voto (na semana passada, eram 44%) e Bolsonaro, 37%.

PUBLICIDADE

A pesquisa da FSB, feita por telefone, confirma a tendência mostrada pelo Datafolha, que faz pesquisas presenciais, na semana passada. Nas entrevistas presenciais, a distância entre Lula e Bolsonaro oscilou um ponto para cima, diante da queda nas intenções de voto no atual presidente.

Bolsonaro segue, no entanto, dizendo que é o candidato favorito nas eleições deste ano e que as pesquisas mentem. Em Londres, onde esteve durante o fim de semana para o funeral da rainha Elizabeth II, o presidente brasileiro disse, em entrevista ao SBT, que, se não tiver “60% dos votos, algo de errado está acontecendo no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”.

O presidente tem a mesma rejeição desde agosto, segundo a FSB. Conforme a pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 55% dos eleitores disseram que não votam nele “de jeito nenhum”. Há uma semana, a cifra era de 56%, mas se mantém em 55% pelo menos desde a pesquisa publicada em 22 de agosto.

PUBLICIDADE

Já Lula viu a rejeição cair de 47% para 45%, no limite da margem de erro, de dois pontos percentuais.

A desaprovação à forma de Bolsonaro governar também segue estável, em 55% dos eleitores. Outros 53% acham que o atual governo é ruim ou péssimo, cifra que também se mantém desde a semana passada - nas anteriores, era 54%.

Também piorou a percepção da economia, que vinha melhorando ao longo dos últimos meses. Segundo a pesquisa, caiu a quantidade de entrevistados que consideram que os preços das coisas aumentaram nos últimos três meses (77% para 74%, em uma semana), mas aumentou a cifra dos que acham que os preços vão subir até o final do ano (34% para 38% em duas semanas).

O Auxílio Brasil, que foi aumentado de R$ 400 para R$ 600 numa estratégia do governo de conquistar votos das pessoas de menor renda, parece não ter funcionado. A preferência por Lula caiu seis pontos entre os que recebem o benefício, versão bolsonarista do Bolsa Família. Mas 57% ainda declaram voto no petista.

Entre os que não recebem, mas moram com alguém que recebe, as intenções de voto em Lula cresceram de 48% para 58% em duas semanas.

A pesquisa ouviu duas mil pessoas por telefone entre os dias 16 e 18 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. O registro no TSE é BR-07560/2022.

Leia mais:

Datafolha aponta que 9% das pessoas podem deixar de votar por medo de violência

Pedro Canário

Repórter de Política da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero em 2009, tem ampla experiência com temas ligados a Direito e Justiça. Foi repórter, editor, correspondente em Brasília e chefe de redação do site Consultor Jurídico (ConJur) e repórter de Supremo Tribunal Federal do site O Antagonista.