Bloomberg Línea — Ainda sob o efeito dos cortes de impostos e da redução de preços de combustíveis e energia elétrica, a inflação brasileira em agosto registrou a segunda queda consecutiva, agora de 0,36%. De acordo com dados divulgados nesta sexta-feira (9) pelo IBGE, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a queda de 3,37% no grupo dos Transportes, como no último mês, teve o maior peso na medição.
Os resultados corroboram a prévia da inflação, conhecida como IPCA-15, que já havia registrado retração de 0,78% no início do mês.
- No acumulado em 12 meses, o IPCA tem alta de 4,39% e, nos últimos 12 meses, de 8,73%, abaixo dos 10,07% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.
O que caiu e o que subiu
A deflação foi influenciada principalmente pela queda da gasolina, que teve retração de 11,64% no mês, de acordo com o IBGE, que levou a uma forte queda do grupo de combustíveis (-10,82%). Além da gasolina, outros também tiveram redução de preço, como gás veicular (-2,12%), óleo diesel (-3,76%), etanol (-8,67%).
O alívio nos preços não foi sentido apenas nos combustíveis, mas também em outros itens como comunicação (-1,10%), com a redução nos planos de telefonia fixa (-6,71%) e de telefonia móvel (-2,67%).
Já o grupo de alimentação teve uma pequena alta, com influência de produtos como o frango em pedaços (2,87%), o queijo (2,58%) e as frutas (1,35%). Por outro lado, ocorreram quedas expressivas nos preços do tomate (-11,25%), da batata-inglesa (-10,07%) e do óleo de soja (-5,56%).
Queda dos preços
A redução nos preços foi influenciada pelas medidas aprovadas no Congresso, com apoio do governo, para limitar em 17% a 18% a alíquota do ICMS sobre produtos e serviços essenciais, incluindo combustíveis, energia elétrica, transporte público e telecomunicações. Além disso, o governo zerou a alíquota de impostos federais (PIS/Cofins e Cide) sobre a gasolina até o fim do ano.
No último mês, a Petrobras também anunciou cortes nos preços da gasolina e do diesel, acompanhando a redução dos preços internacionais do petróleo que tiveram queda em relação aos meses anteriores.
--Com a colaboração de Filipe Serrano
Leia mais:
Por que o Inter já vê o IPCA abaixo de 5% no ano que vem
Por que o Goldman Sachs espera que o Fed alivie o tom sobre juros