Dirigentes do Federal Reserve pedem novas altas de juros para conter a inflação

Segundo autoridades do BC americano, os juros precisam subir para um território ainda mais restritivo

Presidente do Federal Reserve fala amanhã às 9h (horário de Brasília) em Jackson Hole
Por Matthew Boesler e Jonnelle Marte
25 de Agosto, 2022 | 07:48 PM

Bloomberg — Autoridades do Federal Reserve enfatizaram a necessidade de continuar o aumento de juros, embora tenham evitado comentar sobre o tamanho da alta esperada para a reunião do mês que vem.

Em entrevista em Jackson Hole, onde organiza o retiro anual de política monetária do BC americano, a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, disse que a autoridade monetária ainda não aumentou os juros para níveis que pesam na economia e que pode ter que elevar a taxa básica acima de 4% por um tempo.

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“É muito importante que sejamos claros em nossa comunicação sobre para onde estamos indo”, disse ela a Michael McKee e Kathleen Hays em entrevista à Bloomberg Television.

“Temos que aumentar as taxas de juros para desacelerar a demanda e trazer a inflação de volta à nossa meta”, disse George, que vota sobre a política monetária este ano.

Os comentários de George ajudaram a preparar o terreno para dois dias cheios de falas de autoridades do Fed, que serão encabeçados na sexta-feira (26) pelo presidente Jerome Powell com um discurso que provavelmente reafirmará sua determinação de continuar apertando a política monetária para combater a inflação.

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Inflação principal dos EUA e núcleo do CPI ficaram abaixo das expectativas em julho

O banco central americano vem aumentando juros rapidamente para conter as pressões de preços mais fortes em 40 anos. Os preços ao consumidor dos Estados Unidos subiram 8,5% nos 12 meses até julho. A meta do Fed se baseia em um indicador diferente, chamado índice de preços de gastos de consumo pessoal, que subiu 6,8% no ano até junho.

Questionada sobre até que ponto o Fed deveria elevar o custo do dinheiro, George disse que há “mais espaço para subir” e rebateu as apostas do mercado financeiro de que o banco central começaria a cortar juros no próximo ano.

“Acho que teremos que segurar – pode ser mais de 4%. Acho que isso não está fora de questão”, disse ela. “Eu acho que não dá para saber até que você comece a observar os sinais dos dados.”

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As autoridades do Fed elevaram a taxa básica em 0,75 ponto percentual nas duas últimas reuniões e disseram que um aumento igual pode estar na mesa quando se reunirem no próximo mês, a depender dos dados. Até a reunião, os dirigentes terão novas leituras sobre preços ao consumidor e dados de emprego.

Em entrevista à rede CNBC, o presidente do Fed da Filadélfia Patrick Harker também disse que os juros precisam subir para um território restritivo.

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