Camil compra Mabel e usará marca Toddy após acordo com Pepsico

Fusão da empresa de arroz com uma das marcas de biscoitos mais tradicionais do Brasil e líder no segmento de rosquinhas

O acordo com a Pepsico também estabelece o licenciamento para a Camil da marca Toddy
23 de Agosto, 2022 | 08:36 AM

São Paulo — 11h05 - Correção: Diferente do que foi publicado anteriormente, a Camil é dona das marcas de arroz Camil, Namorado e Pop, e não da Tio João

É a união do arroz com o biscoito. A Camil Alimentos (CAML3) acaba de anunciar um acordo com a Pepsico Brasil para a compra das empresas Mabel, uma das marcas mais tradicionais de biscoito do país. O valor do negócio não foi divulgado.

A movimentação, anunciada nesta terça-feira (23), assinala a entrada da companhia, dona de marcas de arroz como Camil, Namorado e Pop, concorrente da Tio João, da Josapar, no segmentos de roscas, crackers, amanteigados, recheados e laminados. O papel da companhia acumulava queda de 11,42% em 2022 até segunda-feira.

O acordo com a Pepsico também estabelece o licenciamento para a Camil da marca Toddy, para utilização em alguns produtos do mercado de biscoitos. O negócio vale por 10 anos e a aquisição dos ativos que compõem a linha de produção, segundo comunicado da Camil.

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Além das marcas principais, a aquisição também atua com um portfólio completo de outras marcas de biscoitos, para atender diferentes nichos de consumidores, como a Doce Vida, Mirabel, Elbi’s e Pavesino. A negociação reforça a estratégia de crescimento da Camil Alimentos por meio de aquisições e produtos de alto valor agregado, com entrada em novas categorias e expansão do portfólio atual”, informou a companhia.

Segundo a Camil, a Mabel tem a liderança de vendas em rosquinhas no país e é a 2ª marca em top of mind no segmento cash & carry, em que o próprio cliente é responsável pela escolha do produto. Já a marca Toddy, informa o comunicado, é a segunda em vendas de cookies no país, com lembrança de marca acima de 98% pelo consumidor.

A Camil também atua com quatro marcas de café no mercado brasileiro: União, Seleto, Bom Dia e Sul de Minas.

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América do Sul

Com operações no Brasil, Equador, Chile, Uruguai e Peru, a Camil destacou o efeito de sua estratégia de M&A (fusões e aquisições) de ampliar a presença dos produtos da companhia na América do Sul.

Em pouco mais de um ano, desde julho de 2021, realizamos cinco aquisições que nos proporcionaram, além da entrada em novos países como o Equador, a expansão do nosso negócio em três diferentes categorias com alto valor agregado e marcas de reconhecimento pelos consumidores: café, massas e produtos saudáveis no Uruguai, com a Silcom”, afirma Luciano Quartiero, CEO da Camil, em nota.

O executivo espera ganho de escala e outros benefícios com a nova aquisição. “Esta será nossa sexta transação anunciada, que contempla a entrada da companhia na categoria de biscoitos no Brasil”.

No segundo trimestre, a Camil se beneficiou do aumento nos preços do arroz e do feijão. Sua entrada nos segmentos de café e de massas contribuiu para a companhia melhorar suas margens, segundo relatório do Itaú BBA divulgado em 14 de junho. A Camil lucrou R$ 96,8 milhões no segundo trimestre, queda de 10,5%, na base anual.

Ativos comprados

O negócio resultará na aquisição também das plantas industriais de Aparecida de Goiânia (GO) e Itaporanga D’Ajuda (SE), operadas por cerca de 800 colaboradores, segundo a Camil.

A companhia fundada no Rio Grande do Sul em 1963 enfatizou ainda a expansão geográfica decorrente da transação, que permitirá seu crescimento em regiões complementares às operações atuais, incluindo em seu portfólio a categoria de biscoitos.

“A operação traz sinergias atreladas ao modelo de negócios de cross-selling e ganhos de escala da companhia, assim como a complementaridade com os negócios de massas adquiridos em agosto de 2021 pela Camil Alimentos e integrados com sucesso ao modelo de negócios”, comentou a empresa.

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A conclusão da transação ainda passará por aprovação no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), entre outras condições precedentes usuais a este tipo de negócio.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 25 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.