Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.
Em uma semana de resultados trimestrais para gigantes do mercado financeiro, dados de crescimento e robustez contrastaram com a dose de cautela presente nos discursos dos líderes dessas instituições.
O CEO do Itaú Unibanco (ITUB4), Milton Maluhy Filho, repetiu a frase “o cenário inspira cautela” pelo menos três vezes em teleconferência de resultados, que no segundo trimestre superou projeções e teve aumento da rentabilidade e do lucro. Apesar do desempenho positivo, o executivo do maior banco do país alertou para as incertezas que pairam sobre a economia no Brasil e no mundo.
Os CEOs de Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3) apontaram, em evento, oportunidades de negócios com o advento do Open Finance e a digitalização dos hábitos financeiros, mas reconheceram que há desafios que precisam ser enfrentados sem demora.
Octavio de Lazari, que comanda o Bradesco, disse que os bancos incumbentes precisam acertar parcerias com fintechs, insurtechs e outras startups porque “é impossível alguém ser bom em tudo”. Para Fausto Ribeiro, presidente do BB, a grande ameaça para os bancos tradicionais é ficar parado e “perder o bonde” - seu objetivo é oferecer uma jornada 100% digital.
Bancos e instituições que dependem mais do mercado de capitais, caso do BTG Pactual (BPAC11) e da XP Inc. (XP), demonstraram resiliência com crescimento de dois dígitos e rentabilidade.
⇒ Saiba como o BTG e a XP contornaram o quadro macroeconômico incerto e a turbulência nos mercados:
• Com o mercado de ofertas ‘parado’, BTG Pactual tem lucro recorde e aumenta retorno
• XP supera ‘bear market’ e bate recorde de receita no segundo trimestre

Na trilha dos Mercados
A inflação é a estrela do dia - ou a vilã, dependendo do comportamento dos preços ao consumidor norte-americano em julho, que serão conhecidos na manhã de hoje.
⏸️ Já deu? A expectativa geral é de que haja um respiro nos preços. Se espera que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) dos Estados Unidos se desacelere para 8,7%, contra 9,1% em junho, graças à queda dos preços da gasolina. Contudo, para o núcleo da inflação, que exclui energia, a maioria dos economistas aponta para uma alta de 6,1%, versus 5,9% na leitura anterior.
🥵 Cabo de guerra. Mas ainda que a queda dos preços da gasolina (de aproximadamente US$ 6 por galão em junho para US$ 5 no mês seguinte) e dos carros usados contribuam para uma redução do índice geral, um dado vem para jogar água fria nos mais otimistas. Os custos trabalhistas unitários, divulgados ontem, subiram 10,8% no segundo trimestre. Foi o maior aumento interanual desde 1982.
✋ Freio ao otimismo. Os custos trabalhistas estão superando a meta de inflação do Federal Reserve (Fed) em quase cinco vezes, o que sugere uma pressão de alta sobre os preços ao consumidor, dificultando o combate do banco central contra a inflação. Por este motivo, a avaliação geral é de que, mesmo que o pico nos preços tenha ficado para trás, a trajetória de queda da inflação ainda não está clara.
🗣️ O Fed fala. As declarações de Charles Evans (Fed de Chicago) e de Neel Kashkari (Fed de Minneapolis) terão especial relevância, pois eles podem jogar luz sobre as perspectivas de inflação do banco central e a margem de manobra para frear as pressões sobre os preços. No momento, o mercado converge para a probabilidade de uma nova alta de 0,75 ponto percentual dos juros norte-americanos na reunião de 20 e 21 de setembro.
📈 Preços sobem na China. A inflação do consumidor chinês acelerou em julho para o nível mais alto em dois anos, impulsionado pelos preços da carne suína, mas a fraca demanda do consumidor atuou como contraponto. O índice de preços ao consumidor subiu 2,7% em junho, comparado ao ano anterior, mas foi menor que a mediana de 2,9% de uma pesquisa da Bloomberg.
→ A análise completa você lê no Radar dos Mercados

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones Industrials (-0,18%), S&P 500 (-0,42%), Nasdaq Composite (-1,19%), Stoxx 600 (-0,67%), Ibovespa (+0,23%)
Os mercados acionários internacionais caíram, puxados pela aversão ao risco após o mau desempenho da Micron Technology, que se somou ao que foi entregue um dia antes pela Nvidia. O fabricante de chips alertou os investidores de que não cumprirá as projeções de receita no quarto trimestre, reforçando a preocupação com a queda da demanda por componentes eletrônicos em um contexto de recessão. Os mercados também ficaram em compasso de espera pela divulgação do índice inflação dos EUA, que sai hoje.
→ Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.
No radar
Esta é a agenda prevista para hoje:
• EUA: EUA (IPC/Jul, às 9h30 de Brasília); Juros e Pedidos de Hipotecas MBA, Rendimento Real/Jul, Vendas e Estoques no Atacado/Jun, Estoques de Petróleo Bruto, Atividade das refinarias de Petróleo - EIA
• Europa: Alemanha, Itália e Portugal (IPC/Jul)
• Ásia: China (IPC e IPP)
• América Latina: Brasil (Vendas no Varejo/Jun, Confiança do Consumidor Reuters-Ipsos/Ago, Fluxo Cambial Estrangeiro)
• Bancos centrais: Pronunciamentos de Charles Evans (Fed de Chicago), Neel Kashkari (Fed de Minneapolis), Huw Pill (BoE)
• Balanços do dia: Disney, Vestas, Lenovo
📌 Para a semana:
• Quinta-feira: EUA (IPP; Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego. Entrevista da presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, à Bloomberg Television
• Sexta-feira: Zona do Euro (Produção Industrial); EUA (Sentimento do Consumidor - Universidade de Michigan dos EUA)
Destaques da Bloomberg Línea
• Viagem de Pelosi mina esforço de Biden de unir Ásia contra China
• Para o PT, Estado tem que financiar reindustrialização do Brasil
• Micron investirá US$ 40 bilhões para criar fábricas de semicondutores nos EUA
• Títulos da Braskem Idesa lideram recuperação com menores receios por recessão
→ E mais na versão e-mail do Breakfast:
• Também é importante: • Serena Williams deixará as quadras para focar em venture capital e na família • Lula: reforma tributária deve desonerar produção e onerar patrimônio • Domino’s Pizza não convence na Itália e empresa desiste do país • Quanto custa morar nos prédios mais caros de São Paulo - e onde eles ficam
• Opinião Bloomberg: Indústria farmacêutica faz promessas demais sobre antidepressivos
• Pra não ficar de fora: Anitta deixa o conselho de administração do Nubank. Entenda as razões