iPhone garante crescimento e Apple supera expectativas

Receita da big tech foi prejudicada pelos lockdowns na China, mas resultado ainda superou as expectativas de Wall Street

Apple Inc.
Por Mark Gurman
28 de Julho, 2022 | 06:44 PM

Bloomberg — A Apple (AAPL) divulgou nesta quinta-feira (28) resultados que superam por pouco as estimativas de Wall Street para o segundo trimestre. Isso alivia preocupações de que os problemas na cadeia de suprimentos e o cenário macroeconômico pudessem prejudicar as vendas da big tech de Cupertino.

A receita da Apple subiu 2% para US$ 83 bilhões no período terminado em junho. Os analistas esperavam uma receita de US$ 82,8 bilhões.

O lucro foi de US$ 1,20 por ação, superando a projeção de US$ 1,16. A empresa não forneceu guidance para o quarto trimestre, mantendo a abordagem adotada no início da pandemia.

As vendas de iPhone e iPad da Apple se saíram melhor do que o esperado durante o trimestre, embora outros produtos - incluindo Macs e acessórios chamados “wearables” - ficaram aquém das projeções.

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Serviços, uma área chave de crescimento para a Apple, por pouco não bateu as estimativas. Ainda assim, os números do iPhone sugerem que a Apple está enfrentando uma desaceleração nos gastos com smartphones.

A empresa também mostrou que pode lidar com as restrições da cadeia de suprimentos causadas pelos lockdowns por conta da covid-19 na China.

Em abril, a Apple alertou que os problemas de suprimento eliminariam de US$ 4 bilhões a US$ 8 bilhões da receita do terceiro trimestre.

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Diante desse cenário, os números mais recentes foram um alívio. As ações da Apple subiam mais de 3% no after-market em Nova York.

Embora esteja se saindo melhor do que alguns pares de tecnologia, a Apple ficou mais cautelosa ao enfrentar uma economia em crise. A fabricante do iPhone planeja desacelerar as contratações e gastos de algumas equipes em 2023, informou a Bloomberg News no início deste mês.

Antes de divulgar seus resultados na quinta-feira, as ações da Apple acumulavam perda de 11% este ano, superando ligeiramente o índice S&P 500.

A Apple lutou para obter suprimento suficiente no último trimestre depois que as medidas da China contra a covid-19 fecharam algumas fábricas e paralisaram as entregas. Esses problemas diminuíram, mas não terminaram.

A postura dura da China contra o vírus levou a algumas restrições de produção para o fornecedor Foxconn nesta semana. A fabricante, juntamente com várias outras da região, foi obrigada a operar dentro de um sistema de “circuito fechado” por sete dias. Isso significa que os trabalhadores da fábrica não podem ter contato com pessoas fora de suas fábricas durante esse período.

A Apple também apresentou pouco em termos de novos produtos para atrair clientes nos últimos meses. A empresa lançou um iPhone SE atualizado em março e deve lançar novos iPhones em setembro. Mesmo assim, o produto gerou US$ 40,7 bilhões no último trimestre, superando as estimativas de cerca de US$ 39 bilhões.

Os wearables, produtos domésticos e acessórios da Apple – a divisão que inclui seu smartwatch, HomePod, AirPods e fones de ouvido Beats – tiveram vendas de US$ 8,08 bilhões no último trimestre. Wall Street havia estimado cerca de US$ 8,8 bilhões.

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A Apple gerou US$ 7,38 bilhões com o Mac, abaixo das previsões de cerca de US$ 8,45 bilhões. A empresa lançou novos modelos MacBook Pro e MacBook Air em julho, mas eles não contribuíram para os resultados mais recentes porque o trimestre terminou em junho. Isso significa que muitos consumidores provavelmente pararam de comprar as versões antigas dos produtos – os dois Macs mais populares da Apple – prejudicando essa categoria.

O iPad, que teve um desempenho forte no auge dos lockdowns da covid-19, está voltando aos níveis pré-pandemia. Ainda assim, a empresa gerou US$ 7,22 bilhões no último trimestre, acima da estimativa de US$ 6,93 bilhões.

A empresa atualizou o iPad pela última vez em março com um novo modelo de iPad Air com um chip M1 e está planejando modelos mais rápidos do iPad Pro para o final deste ano. As restrições contínuas por conta da covid na China despertaram preocupações sobre o efeito nos gastos dos consumidores.

Em um sinal de que a Apple precisou se tornar mais agressiva nesse mercado, ela atualmente está reduzindo o preço do iPhone, Apple Watch e AirPods na China por alguns dias. A Apple gerou US$ 14,6 bilhões no país no terceiro trimestre, abaixo do ano anterior, mas melhor do que os analistas projetavam.

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-- Com a assistência de Ian King.

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