Amazon cresce, mas enfrenta novo desafio: cortar espaço de armazéns

Vendas da gigante do e-commerce aumentaram 7,2% para US$ 121,2 bilhões no segundo trimestre

Vendas da Amazon aumentaram 7,2%, para US$ 121,2 bilhões no período encerrado em 30 de junho, informou a empresa em comunicado
Por Spencer Soper
28 de Julho, 2022 | 07:31 PM

Bloomberg — A Amazon (AMZN) divulgou uma receita que superou as estimativas e deu uma forte previsão de vendas para o trimestre atual, aliviando as preocupações dos investidores sobre o possível “pé no freio” por parte dos consumidores abalados pela inflação. As ações saltavam mais de 12% em negociações do after-market em Nova York.

As vendas aumentaram 7,2%, para US$ 121,2 bilhões no período encerrado em 30 de junho, informou a empresa em comunicado nesta quinta-feira (28). Os analistas, em média, estimavam US$ 119,5 bilhões.

O lucro operacional no terceiro trimestre vai variar entre a manutenção e os US$ 3,5 bilhões e vendas que podem aumentar até 17% a US$ 130 bilhões, disse a Amazon. Analistas, em média, projetaram um lucro de US$ 3,83 bilhões em vendas de US$ 127 bilhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Mesmo se concentrando em reativar o crescimento das vendas, o CEO da Amazon Andy Jassy está determinado a desfazer uma expansão da era da pandemia que sobrecarregou a Amazon com um excesso de espaço de armazenamento e muitos funcionários.

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O comunicado de resultados da Amazon não mencionava os mercados do Brasil ou América Latina.

A empresa está tentando sublocar pelo menos 9 milhões de metros quadrados de espaço, informou a Bloomberg News em maio. As despesas de atendimento aumentaram 14% no segundo trimestre, para US$ 20,3 bilhões, menos do que o projetado pelos analistas.

Com os custos subindo, em fevereiro a Amazon aumentou o preço da assinatura Prime nos EUA, depois seguiu esta semana com aumentos semelhantes na Europa.

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“É importante para Jassy reforçar seu compromisso com o varejo e reconhecer que eles precisam fazer com que os gastos sejam mais correlacionados ao crescimento da receita”, disse Michael Pachter, analista da Wedbush Securities.

Como parte de seu esforço para cortar custos, a empresa disse que adicionou 14% mais trabalhadores em período integral e parcial – o crescimento mais lento desde 2019 – no trimestre, elevando o emprego total para mais de 1,52 milhão de pessoas.

“Apesar das contínuas pressões inflacionárias nos custos de combustível, energia e transporte, estamos progredindo nos custos mais controláveis que mencionamos no último trimestre, melhorando particularmente a produtividade de nossa rede de atendimento”, disse Jassy no comunicado.

Com a desaceleração das vendas online, o CEO está buscando novas fontes de receita. No início deste mês, a Amazon anunciou que compraria a empresa de cuidados primários One Medical em um acordo em dinheiro com um valor patrimonial de US$ 3,49 bilhões. A startup opera clínicas em cidades dos EUA e promove o impulso da Amazon no setor de saúde.

A Amazon Web Services, a lucrativa divisão de computação em nuvem, gerou vendas de US$ 19,7 bilhões no trimestre, superando a estimativa média dos analistas de US$ 19,4 bilhões. Os serviços de publicidade, outra fonte de dinheiro, aumentaram 14%, para US$ 8,76 bilhões.

As ações rondavam os US$ 138,75 em negociações de after-market após fecharem em US$ 122,28 em Nova York. As ações da Amazon acumulam queda de quase 27% este ano em meio a uma desaceleração mais ampla do mercado.

“Os próximos dois trimestres apresentarão eventos Prime Day que devem recarregar o impulso do comércio eletrônico”, disse Andrew Lipsman, analista da Insider Intelligence. “Isso impulsionará o crescimento e reduzirá a rotatividade de membros, ao mesmo tempo em que dará um choque no negócio de publicidade que é cada vez mais responsável pelos resultados da Amazon. Parece que a Amazon está finalmente preparada para virar a esquina depois de alguns trimestres difíceis.”

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