Bloomberg — O presidente dos EUA, Joe Biden, se junta a uma crescente onda nacional de Covid-19 dominada pela nova variante BA.5 de rápida disseminação, que dribla as defesas imunológicas.
As infecções têm aumentado no país, com 177.000 novos casos relatados em 19 de julho, acima dos cerca de 27.000 novos casos em 1º de abril. Los Angeles teve tantos casos positivos que é provável que traga de volta a obrigatoriedade de máscaras em lugares fechados na próxima semana, e os níveis de vírus nas águas residuais de São Francisco subiram mais do que neste inverno. A taxa de hospitalização também vem aumentando desde abril, embora ainda bem abaixo dos picos anteriores.
Biden testou positivo para Covid na quinta-feira (22) e apresenta sintomas leves, segundo a secretária de imprensa Karine Jean-Pierre. Uma amostra do teste de Covid do presidente foi enviada para sequenciamento e eles saberão os resultados dentro de uma semana, segundo a Casa Branca. O presidente começou a receber o tratamento Paxlovid da Pfizer e se isolará na Casa Branca enquanto continua suas funções.
“Estamos definitivamente em um surto ou uma disparada”, disse Wesley Long, diretor médico de microbiologia do Houston Methodist Hospital. “A transmissão na comunidade é muito alta, provavelmente semelhante ao que experimentamos na onda de ômicron em dezembro.”
O surto destaca os desafios de lidar com uma pandemia que persiste há mais de dois anos e meio e matou milhões de pessoas em todo o mundo. A variante BA.5 é particularmente ágil em evitar defesas imunológicas, então mesmo algumas pessoas que foram infectadas apenas algumas semanas antes com outra cepa podem pegar Covid novamente.
Essa evasão imunológica significa que infecções anteriores fornecem pouca ou nenhuma proteção e uma vacina ou reforço recente ganha importância, disse Camille Nelson Kotton, especialista em doenças infecciosas do Hospital Geral de Massachusetts.
Quando as pessoas dizem: “Eu tive Covid há seis meses”, eu digo: ‘Isso não significa nada’”, disse Kotton.
A BA.5 é uma subvariante da ômicron, e responde por quase 80% dos novos casos.
Apesar da ampla transmissão, as internações em unidades de terapia intensiva estão “muito, muito abaixo de onde estavam naquela onda”, disse Long.
Em todo o país, casos de morte diários pairaram por semanas em torno de 300, cerca de um décimo dos piores picos de pandemia, mas recentemente aumentaram para 618 em 19 de julho, com uma média de 7 dias de 353.
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