Otimismo nos mercados e outros 4 assuntos para começar o dia

Veja os assuntos que devem marcar o sentimento dos mercados ao redor do mundo nesta segunda-feira (18)

Expectativa é que o Federal Reserve seja menos agressivo no aperto monetário para tentar conter a inflação
Por Heather Burke
18 de Julho, 2022 | 09:25 AM

Bloomberg — A semana começa com otimismo dos investidores, embora o pano de fundo permaneça o mesmo. Os futuros americanos e as ações europeias avançavam e o dólar recuava, seguindo a expectativa de que o Federal Reserve seja menos agressivo no aperto monetário para tentar conter a inflação. Além disso, a semana reserva dados e decisões importantes, como a de juros do Banco Central Europeu.

1. Riscos globais

O dólar atravessou seu último aumento vertiginoso durante este ano com alta de 1% na semana passada. Isso cria problemas para o resto do mundo, já que a maior parte do comércio mundial é denominada pela moeda. O outro lado disso é o enfraquecimento das moedas de outros países. Isso, combinado com a força pós-pandemia do consumidor americano e a escassez de oferta global, significa que os EUA estão exportando inflação para o resto do mundo.

2. Fim do affair?

O amor dos investidores internacionais pela China parece ter desaparecido, já que as razões para evitar o país superam os incentivos para comprar. Os gestores de fundos se afastaram da segunda maior economia do mundo, citando tudo, desde o regime regulatório incerto até as políticas para conter o coronavírus e o setor imobiliário.

No país, reguladores tentam impedir os protestos que provocaram um boicote generalizado aos pagamentos de hipotecas por compradores que ainda esperam que seus imóveis ainda sejam concluídos. Embora as ações das grandes incorporadoras tenham disparado depois dessa intervenção, o setor ainda tem um longo caminho a percorrer para se recuperar das perdas sofridas neste ano.

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3. Recessão na zona do euro

A batalha do Banco Central Europeu (BCE) para recuperar sua credibilidade junto aos mercados financeiros se tornou dificílima. A autarquia parece pronta para finalmente aumentar as taxas de juros nesta semana, no momento em que a Rússia ameaça aprofundar a crise energética, com a inflação já em níveis recordes e o caos político se formando na Itália.

Apenas 16% dos 792 entrevistados na última pesquisa MLIV Pulse da Bloomberg News dizem que a Europa provavelmente conseguirá evitar uma desaceleração econômica nos próximos seis meses, com 69% apostando que o euro pode cair para US$ 0,9 em vez de se recuperar para US$ 1,1. Ao todo, 41% dos entrevistados, incluindo gerentes de portfólio e traders de varejo, vêem uma crise de dívida nos próximos seis meses.

4. Ações em alta

As ações europeias e os futuros de ações dos EUA sobem na manhã de hoje, enquanto o dólar enfraquece ligeiramente com os investidores cortando as apostas sobre o quão agressivo o Federal Reserve deve ser para evitar os temores de recessão. O Stoxx Europe 600 avançou para seu nível mais alto em mais de um mês, liderado por ações nos setores de mineração e energia. Os futuros dos índices Dow Jones e Nasdaq subiam mais de 1% às 8h50, horário de Brasília. O petróleo bruto tipo West Texas Intermediate (WTI) estava sendo negociado perto de US$ 100 o barril, enquanto o Bloomberg Dollar Spot Index caiu 0,5%, estendendo o declínio de uma alta histórica.

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5. Também hoje...

O Goldman Sachs (GS) Bank of America (BAC) e International Business Machines (IBM) iniciam uma semana intensa de resultados nos Estados Unidos. Os dados econômicos a serem divulgados incluem o índice do mercado imobiliário NAHB às 11h. No Brasil, às 08h00 foram divulgados os números do IGP-10, mostrando arrefecimento nos preços ao consumidor com desaceleração de 0,60% em julho contra 0,74% no mês anterior, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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