Rihanna contraria indústria mundial e leva Fenty Beauty a 8 países da África

Primeira mulher negra a ter uma marca de cosméticos, a empresária também redefiniu a indústria ao lançar uma linha com 40 tons de base

Rihanna
Por Bloomberg News - Kemiso Wessie
09 de Julho, 2022 | 03:11 PM

Bloomberg — Rihanna revolucionou o mercado de beleza há cinco anos ao se tornar a primeira mulher negra a possuir uma marca de cosméticos. Agora, mais uma vez ela quer “ir contra” e apostar em um mercado muitas vezes esquecido: os países africanos.

A empresária e sua parceira gigante do mercado de luxo, a francesa LVMH, estão levando a Fenty Beauty a um continente avaliado em US$ 2 bilhões no setor de beleza premium e cuidados pessoais em 2022, de acordo com dados da Euromonitor International. A linha já está disponível na África do Sul, Botsuana, Gana, Quênia, Namíbia, Nigéria, Zâmbia e Zimbábue.

As marcas globais de beleza passaram anos ignorando países africanos por causa do menor poder de compra do consumidor. Sem contar que, historicamente, a indústria também se concentrou na criação de produtos para pele e cabelos claros.

E neste mercado, Rihanna também entra com vantagens: ela tem infinitos seguidores da região, onde muitos já compravam os produtos Fenty - porém online, apesar do alto frete.

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“Agora vamos poder testar os produtos em nós mesmas”, disse Foyin Ogunrombi, uma influenciadora que promoveu o lançamento da marca para a ARC, uma varejista da África do Sul. Ela prevê que o poder de Rihanna e a popularidade já estabelecida da marca na região ajudarão os produtos a vender bem.

esperei tanto por esse momento!! @fentybeauty & @fentyskin finalmente na ÁFRICA!!!

Botswana, Gana, Quênia, Namíbia, Nigéria, África do Sul, Zâmbia, Zimbábue... chegamos em 27 de maio e isso é apenas o começo!!! #FentyAfrica

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— Rihanna (@rihanna), 10 de maio de 2022

Para a LVMH, que tem participação na Fenty, levar a linha de beleza para a África poderia ajudar a promover suas marcas, como a Hennessy e Tag Heuer, entre os consumidores jovens e cada vez mais ricos da região. A empresa gera cerca de 90% de suas vendas na Europa, Ásia e Estados Unidos, o que significa que o mercado africano é absolutamente inexplorado.

Rihanna, ou Robyn Rihanna Fenty, redefiniu a indústria de cosméticos quando sua linha estreou em 2017 oferecendo com 40 tons de base.

Ela gerou mais de US$ 550 milhões em vendas em seu primeiro ano, atraindo pessoas que anteriormente não encontravam maquiagens que combinassem com seu tom de pele. Agora, Clinique, Maybelline, Dior e MAC Cosmetics passaram a fornecer mais opções de cores também.

“Rihanna se destaca”, disse Deborah Aitken, analista da Bloomberg Intelligence. Como uma empresária negra com seguidores de longa data entre os jovens e uma base ainda mais ampla depois de se tornar mãe, o nome da cantora ressoa globalmente.

E as perspectivas para a Fenty parecem mesmo boas. A região tem gerado e adquirido mais riqueza. Na África subsaariana, 70% de seus quase 1,1 bilhão de pessoas têm menos de 30 anos. E, após os bloqueios pandêmicos, os consumidores estão “reabastecendo a bolsa de maquiagem”, disse Aitken.

Esse potencial ficou ainda mais aparente quando uma multidão se juntou a celebridades e influenciadores no evento de lançamento no centro financeiro de Joanesburgo, Sandton, apelidado de “quilômetro quadrado mais rico da África”. A cantora nascida em Barbados não compareceu, mas fez um post em seu Instagram anunciando o lançamento oficial da marca na região - e usando uma roupa de Thebe Magugu, designer sul-africano.

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“Finalmente posso comprar algo que combine com meu tom de pele”, disse Owami Tshuma, um cliente de 20 anos que comprou produtos da Fenty no dia do lançamento.

Em um sinal de que a marca quer ser mais premium na África, os preços de produtos como o Gloss Bomb Universal Lip Luminizer e Pro Filt’r Soft Matte Longwear Foundation são cerca de 10% a 15% mais caros do que nos EUA.

Para o influenciador nigeriano Eki Ogunbor, o lançamento é um grande negócio.

“Os negros precisam ser representados”, disse.

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– Esta notícia foi traduzida por Melina Flynn, Content Producer da Bloomberg Línea.

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