Ibovespa oscila com commodities e Wall Street cai após dados dos EUA

Investidores avaliam dados econômicos mais recentes em busca de sinais sobre as perspectivas de crescimento em meio à alta inflação

Bolsa brasileira avança em sessão de alta para as commodities
29 de Junho, 2022 | 10:44 AM

Bloomberg Línea — O Ibovespa (IBOV), que abriu os negócios em alta nesta quarta-feira (29) passou a oscilar após a abertura dos mercados nos Estados Unidos, com os investidores avaliando os dados econômicos mais recentes em busca de sinais sobre as perspectivas de crescimento e a resposta política dos bancos centrais na luta contra a inflação.

O índice tentava se manter em alta em uma sessão de ganhos para o petróleo e para o minério de ferro. O dólar cedia, negociado a R$ 5,23.

No âmbito doméstico, os investidores aguardam a apresentação do relatório da PEC dos combustíveis pelo senador Fernando Bezerra (MDB-PE), que estava prevista para ontem. A nova medida a ser incluída seria um dispositivo para zerar a fila do Auxílio Brasil, que terá um aumento de R$ 400 para R$ 600.

Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, as medidas não afetarão o resultado fiscal, uma vez que seriam bancados com recursos não previstos no Orçamento.

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Confira o desempenho dos mercados nesta quarta-feira (29):

  • Por volta das 11h (horário de Brasília), o Ibovespa subia 0,18%, aos 100.772 pontos;
  • O dólar à vista caía 0,95%, a R$ 5,22;
  • Entre os contratos de juros futuros, o DI para 2025 cedia nove pontos base, a 12,80%;
  • Nos EUA, os índices recuavam: o S&P 500 caía 0,48%, o Nasdaq cedia 0,75%, enquanto o Dow Jones operava próximo da estabilidade;
  • Na Europa, os mercados operavam em queda, com destaque para o índice Dax, da Alemanha, que cedia 1,27%;

Bolsas americanas

Nos Estados Unidos, as bolsas abriram em baixa nesta quarta, com os investidores digerindo dados econômicos no país.

No primeiro trimestre, a economia dos Estados Unidos encolheu a uma taxa anualizada de 1,6%, mais do que o esperado por economistas consultados pela Bloomberg. Segundo o Bureau of Economic Analysis (BEA), órgão ligado ao Departamento de Comércio dos EUA, a retração do PIB nos primeiros três meses do ano ocorreu devido ao ressurgimento de casos de covid-19 nos EUA, causados pela variante ômicron, e às reduções nos pagamentos assistenciais do governo relacionados à pandemia.

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Os investidores parecem céticos de que o Federal Reserve possa evitar uma recessão econômica em meio a fortes aumentos nas taxas de juros. A evaporação da confiança do consumidor está alimentando preocupações de que os EUA possam entrar em recessão.

Durante painel do fórum anual do Banco Central Europeu, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, disse que os EUA estão em boa forma e podem suportar uma política monetária mais rígida.

Mais cedo nesta quarta, a presidente do Fed Bank de Cleveland, Loretta Mester, disse que as autoridades não devem ser complacentes com os aumentos nas expectativas de inflação de longo prazo e devem agir com força para conter as pressões crescentes sobre os preços.

Os gastos pessoais dos EUA cresceram em um ritmo mais fraco no primeiro trimestre, marcando uma surpreendente revisão para baixo que sugere uma economia mais fraca do que se pensava anteriormente.

De acordo com Rob Arnott, da Research Affiliates, o Fed estava em negação sobre a inflação e se moveu muito devagar na tentativa de conter o aumento dos preços. “Isso agora o colocou em uma trajetória para criar uma recessão, se ainda não o fez”, disse à Bloomberg News.

“Acreditamos que o mercado de ações ainda não chegou ao fundo do poço e vemos mais desvantagens pela frente”, disse George Ball, presidente do Sanders Morris Harris. “Os investidores devem manter níveis elevados de caixa agora. Ações com altos rendimentos de dividendos e baixa volatilidade são um bom investimento enquanto esperamos que os mercados cheguem ao fundo do poço.”

-- Com informações da Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.