Petrobras na mira do poder

Também no Breakfast: Mercados no azul em dia de feriado para os negócios à vista em NY; Colômbia elege presidente Gustavo Petro, líder de esquerda e Embraer espera alta de pedidos com boom de viagens pós-pandemia

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Bloomberg Línea — Bom dia! Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças.

A semana começa com investidores atentos ao que acontece em Brasília. O reajuste nos preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras (PETR3, PETR4) na sexta-feira (17) causou reações não só do presidente Jair Bolsonaro, como já se tornou recorrente, mas também no Congresso.

O assunto, ao que tudo indica, deve continuar a repercutir no mercado ao longo desta semana. As ações da petrolífera caíram de 6% a 7% na sexta-feira com especulações sobre medidas que deputados poderiam aprovar, como uma cobrança extraordinária de tributos em cima das atividades da companhia.

⛽ O presidente da Câmara, Artur Lira (PP-AL), disse no Twitter que convocaria uma reunião para esta segunda-feira (20) para discutir meios de investigar e conter novos reajustes de combustíveis pela Petrobras. O encontro foi convocado de última hora e teve o apoio de Bolsonaro. Um novo tributo seria uma dessas medidas.

Na última sexta, o tema também foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF), com o ministro André Mendonça determinando em decisão liminar que os Estados unifiquem a alíquota do ICMS que cobram de combustíveis em todo o território nacional a partir de 1º de julho.

⚖️ Se por um lado o Legislativo avançou com o projeto que desonera o ICMS do diesel e do gás e zera o PIS/Cofins e a Cide da gasolina e do etanol, há também a avaliação de que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) demora para investigar eventuais abusos da Petrobras.

Segundo líderes do Centrão, a autarquia de defesa da concorrência já deveria ter dado algum passo concreto nos processos envolvendo a estatal. A pressão dos líderes no Congresso não é exatamente só sobre o Cade, mas há uma irritação crescente com a forma de atuação do Tribunal de Contas da União (TCU), que teria se tornado excessivamente político e menos técnico.

Saiba mais sobre a pressão sobre o Cade para conter os reajustes da Petrobras.

Na trilha dos Mercados

Hoje os mercados à vista nos Estados Unidos estarão fechados por feriado e, para a semana, a agenda macroeconômica não tem previstos indicadores “bombásticos”. O destaque da agenda dos mercados será o comparecimento do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, ante o Congresso (quarta e quinta-feira).

🗣️ Efeito-Powell. Ele dará aos congressistas explicações sobre suas ações à frente do banco central norte-americano e sobre a situação econômica, algo que deve inspirar cautela aos mercados. Qualquer declaração do mandatário do Fed será ouvida com máxima atenção. O Fed está determinado em frear a inflação com o uso das taxas de juros. Na semana passada, aplicou ao custo do dinheiro o maior aumento de taxas nos EUA desde 1994.

🚨 O dilema. Ainda que a determinação em conter a inflação galopante seja bem-vinda pelo mercado, acende o sinal de alerta porque subidas muito intensas dos juros desferem um golpe para bolsas e bônus e podem esfriar a economia excessivamente rápido, provocando eventualmente uma recessão.

💶 A dívida europeia no foco. Na Europa, as bolsas acompanham hoje o pronunciamento da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, que terá de responder ao Parlamento Europeu perguntas sobre os mecanismos da autoridade monetária para evitar a fragmentação no mercado de dívida do bloco.

Leia também: Ata do Copom e Powell no Congresso: 5 eventos para o mercado na próxima semana

🟢 As bolsas na sexta-feira: Dow Jones Industrial (-0,13%), S&P 500 (+0,22%), Nasdaq Composite (+1,43%), Stoxx 600 (+0,09%), Ibovespa (-2,90%)

Os mercados acionários dos EUA tomaram um respiro no fechamento em meio a uma sessão volátil, pois os investidores continuaram a pesar a possibilidade de uma recessão na maior economia do mundo. O S&P 500 oscilou entre perdas e ganhos durante a sessão e, apesar de terminar o dia no azul, encerrou a semana em seu nível mais baixo desde janeiro de 2021 e terminou com o maior declínio semanal desde março de 2020. Também pesou na sessão o vencimento de opções no evento trimestral conhecido como “Triple Witching”, quando três classes de ativos expiram simultaneamente.

Saiba mais sobre o vaivém dos Mercados e se inscreva no After Hours, a newsletter vespertina da Bloomberg Línea com o resumo do fechamento dos mercados.

No radar

Esta é a agenda prevista para hoje:

Feriados: Estados Unidos (Juneteenth), Argentina, Colômbia

Europa: Zona do Euro (Produção do Setor de Construção/Abr); Alemanha (IPP/Mai)

América Latina: Brasil (Boletim Focus); México (Gastos Privados, Demanda Agregada/1T22)

Bancos centrais: Discursos de Christine Lagarde (presidente do BCE), James Bullard (FOMC/Fed), Joachim Nagel (presidente do Bundesbank, o banco central da Alemanha), Philip Lane (BCE), Fabio Panetta (BCE). Relatório mensal do Bundesbank

📌 E para a semana:

Quarta-feira: Testemunho semestral do presidente do Fed Jerome Powell no Senado. Minuta de política monetária do Banco do Japão (BoJ)

Quinta-feira: Powell se pronuncia ante a Câmara dos Representantes. Pedidos Iniciais de Seguro-Desemprego. PMIs para a Zona Euro, França, Alemanha, Reino Unido e Austrália. Boletim econômico do BCE

Sexta-feira: Confiança do consumidor dos EUA medido pela Universidade de Michigan dos EUA

Destaques da Bloomberg Línea

Colômbia elege Gustavo Petro, líder de esquerda, como novo presidente

Recessão fará trabalhador voltar ao escritório, prevê bilionário do setor

A vez do delivery? La Guapa e Arturito dobram a aposta na refeição presencial

O tamanho do crescente mercado de armas para pessoas físicas no Brasil

E mais na versão e-mail do Breakfast:

• Também é importante: • Embraer espera alta de encomendas com boom de viagens pós-pandemia • Janet Yellen diz que inflação permanecerá alta até o fim do ano • Bitcoin retoma US$ 20 mil e sobe após 12 dias; analistas dizem o que esperar • 4 lições deste país com uma das menores taxas de mortalidade por covid do mundo

• Opinião Bloomberg: Criptoativos e day trade: geração Z aprende na prática os riscos no mercado

• Pra não ficar de fora: O jantar mais caro da história: comer com Buffett por R$ 100 milhões

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Edição: Michelly Teixeira | News Editor, Europe