‘Queremos liderar em ativos imobiliários’, diz Pátria após aquisição da VBI

Negócio anunciado nesta quinta e antecipado pela Bloomberg Línea envolve uma das principais casas de real estate do país; sócio Daniel Sorrentino comentou a operação

Famoso painel da Nasdaq na Times Square, em Nova York, por ocasião do IPO do Pátria no começo do ano passado
09 de Junho, 2022 | 04:11 PM

Bloomberg Línea — A aquisição de 50% da gestora VBI Real Estate pelo Pátria Investimentos (PAX) faz parte da estratégia da companhia de se firmar como líder no mercado imobiliário - real estate - do Brasil em ativos sob gestão, de acordo com executivos envolvidos nas duas pontas da transação. O negócio, anunciado nesta quinta-feira (9), foi antecipado pela Bloomberg Línea ontem.

“Nós temos como ambição ser a gestora líder no mercado de real estate [mercado imobiliário] e isso significa que queremos a liderança no volume de capital gerido”, disse Daniel Sorrentino, sócio e country manager do Pátria no Brasil. Ele é o principal responsável pela gestão e pelas estratégias no Brasil.

“Essa operação não foi determinada pela alta das taxas de juros, é uma operação estratégica. A primeira conversa que tivemos foi em março de 2021 sobre oportunidades em real estate e foi evoluindo de forma muito natural até o dia de hoje”, declarou. A taxa de juros estava em 2% ao ano na ocasião.

Os valores envolvidos no negócio não foram revelados. Fundada em 2006, a VBI tem hoje R$ 5,7 bilhões sob gestão e controla empreendimentos imobiliários em 18 Estados. Os ativos da VBI estão distribuídos em fundos de investimento imobiliários (FIIs) de galpões logísticos, lajes corporativas, shopping centers, além de presença no segmento residencial e em fundos de papel (recebíveis) e fundos de fundos.

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O Pátria Investimentos é uma das principais gestoras da América Latina, com mais de US$ 25 bilhões sob gestão e forte e tradicional presença em private equity e em ativos de infraestrutura - categorias descritas como ativos alternativos. Tem escritórios espalhados nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia e parceira de grandes investidores institucionais, como fundos soberanos dos Emirados Árabes Unidos.

COMO VAI FUNCIONAR: O racional do negócio é que a VBI passa a ter acesso à plataforma de investidores do Pátria e o comprador passa a dispor de um braço imobiliário robusto no país. No dia-a-dia, os sócios da VBI vão liderar a estratégia e a operação de negócios imobiliários, enquanto os atuais sócios de real estate do Pátria passam a compor o comitê de investimentos e o conselho de administração do VBI.

“Basicamente uma transação como essa foi em razão da operação da VBI em real estate. Nós vamos explorar o que cada lado tem de melhor, extrair o que cada um tem de melhor. Os fundamentos serão preservados, bem como as estratégias”, disse Rodrigo Abbud, fundador da VBI.

Antonio Wever, sócio das áreas de agro e imobiliária do Pátria, disse que o negócio abre “uma série de oportunidades para trazer o expertise internacional do Pátria para a VBI”.

Ken Wainer, sócio e fundador da VBI, disse que a tendência de “casamento do mercado de capitais com o mercado imobiliário, que ficou muito mais forte no Brasil nos últimos dois anos, vai continuar”.

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Graciliano Rocha

Editor da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista formado pela UFMS. Foi correspondente internacional (2012-2015), cobriu Operação Lava Jato e foi um dos vencedores do Prêmio Petrobras de Jornalismo em 2018. É autor do livro "Irmã Dulce, a Santa dos Pobres" (Planeta), que figurou nas principais listas de best-sellers em 2019.