Mercados voltam a subir com notícias vindas da China e da UE

Renda variável sobe na Europa e nos EUA; além de dados macros norte-americanos, investidores estarão atentos aos discursos de líderes do Fed e do BCE

As variáveis que orientarão os mercados
17 de Maio, 2022 | 08:27 AM

Barcelona, Espanha — O mercado iniciou os negócios de hoje com o pé direito. A China, que ontem deu motivos para os investidores acordarem de mau-humor, agora é a portadora de boas notícias. Favorece um ambiente de compras a expectativa de um afrouxamento dos lockdowns (Xangai encadeia três dias seguidos sem contágios) e também das medidas restritivas do país asiático contra seus gigantes tecnológicos. Além dos preços atrativos que emergiram depois das recentes quedas das bolsas, claro.

Também animam os operadores os dados que mostram uma expansão da economia da Zona do Euro superior à prognosticada no começo do ano, já que a região superou uma onda de infecções por Covid-19 e os solavancos provocados pela invasão da Rússia à Ucrânia.

O movimento é de alta nas bolsas europeias. Nos Estados Unidos, os contratos indexados ao S&P 500 se recuperavam depois da queda de ontem em Wall Street, enquanto os futuros de Nasdaq 100, com grande peso tecnológico, saltavam mais de 2%. As ações do Citigroup Inc. chegaram a subir 4,5% nas operações prévias à abertura das bolsas, já que a Berkshire Hathaway, de propriedade do investidor legendário Warren Buffett, está de volta com uma aposta de aproximadamente US$ 2,9 bilhões no Citigroup. Empresas tecnológicas como a Advanced Micro Devices Inc. Tesla Inc. e a Qualcomm Inc. se destacavam por seu bom desempenho.

As criptomoedas se recuperavam na manhã de hoje, com o bitcoin superando novamente os US$ 30 mil. Os prêmios dos bônus soberanos ficavam mais caros na Europa e nos EUA, com as apostas de que os bancos centrais terão margem para altas pronunciadas dos juros com a resiliência das economias.

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🇪🇺 Alívio nas perspectivas. Na comparação anual, o Produto Interno Bruto (PIB) sazonalmente ajustado subiu 5,1% no bloco e 5,2% na União Europeia no primeiro trimestre de 2022, depois de um avanço anual de 4,7% e 4,9%, respectivamente, nos últimos três meses de 2021.

👀 Fim do cabresto às techs? Os traders contam que uma reunião de hoje entre os principais reguladores e gigantes corporativos do país leve a China a voltar atrás nas limitações que vem impondo à indústria há cerca de um ano. As bolsas asiáticas responderam com alta.

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🕵️ Caçadores de pistas. Para quem está em busca de sinais sobre a política monetária mundial, hoje o prato está cheio. Os presidentes do Federal Reserve (Fed) e do Banco Central Europeu (BCE) têm pronunciamentos marcados para hoje. Jerome Powell voltará a afastar o receio do mercado de uma política de juros mais dura, com altas superiores a 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões? E a Europa se renderá ao movimento global de encarecimento do dinheiro para controlar a inflação? Veremos se o mercado vai recalibrar suas expectativas.

🚦 Sinais da economia. A maior parte dos dados econômicos de relevância vem, hoje, dos Estados Unidos. Vendas no varejo e produção industrial darão uma mostra da força e resistência da maior economia global em um contexto de inflação elevada, maior aperto monetário e problemas nas cadeias globais de abastecimento.

🐦 Early bird. Elon Musk tuitou nesta terça-feira que não prosseguirá com sua aquisição do Twitter Inc., no valor de US$ 44 bilhões, a menos que o gigante da mídia social possa provar que os bots de spam representam menos de 5% de seus usuários, lançando ainda mais incerteza sobre o negócio.

Panorama positivo na manhã de hojedfd

🟢 As bolsas ontem: Dow Jones (+0,08%), S&P 500 (-0,39%), Nasdaq Composite (-1,20%), Stoxx 600 (+0,04%), Ibovespa (+1,22%)

Em um dia volátil, com os dados macroeconômicos chineses pesando sobre o ânimo dos investidores, dois dos principais índices norte-americanos fecharam com perdas. O desempenho se viu afetado por ações de empresas de grande capitalização de mercado, como Tesla, Amazon e Apple.

Na agenda

Esta é a agenda prevista para hoje:

• EUA: Vendas no Varejo (e Projeções)/Abr; Índice Redbook; Utilização da Capacidade Instalada/Abr; Produção Industrial/Abr; Vendas da Indústria/Abr; Estoques das Empresas/Mar; Índice NAHB de Mercado Imobiliário/Mai; Estoques de Petróleo Bruto Semanal API

• Europa: Zona do Euro (PIB/1T22; Variação no Emprego/1T22; Emprego Total/1T22); França (Taxa de Desemprego/1T22); Reino Unido (Taxa de Desemprego/Mar; Variação no Emprego/Abr); Espanha (Balança Comercial/Mar); Itália (IPC/Abr)

• Ásia: Japão (Índice de Atividade da Indústria Terciária; PIB/1T22); China (Preços de Imóveis/Abr)

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• América Latina: Brasil (IGP-10/Mai; Fluxo Cambial Estrangeiro)

• Bancos centrais: Discursos de Jerome Powell (presidente Fed), James Bullard, Patrick Harker e Loretta Mester (FOMC/Fed); Christine Lagarde (presidente do BCE)

• Balanços: Walmart, Home Depot, JD. com, Vodafone

--Com informações da Bloomberg News

Michelly Teixeira

Jornalista com mais de 20 anos como editora e repórter. Em seus 13 anos de Espanha, trabalhou na Radio Nacional de España/RNE e colaborou com a agência REDD Intelligence. No Brasil, passou pelas redações do Valor, Agência Estado e Gazeta Mercantil. Tem um MBA em Finanças, é pós-graduada em Marketing e fez um mestrado em Digital Business na ESADE.